[Intro] Em  F#7  Bm 

Quando o aço da tesoura
Perdeu o fio pra tosquia
                  B7
A força de templa e fogo
                   Em
Deram-lhe outra serventia
Uma faca de bom corte
               Bm
Cabo de osso e madeira
                   F#7
Arte de cerno e de bronze
                   Bm
Feitio do Cláudio Ferreira

A velha tesoura inglesa
De tosquiar velo em dezembro
                  B7
Já cortava nas comparsas
                      Em
Bem antes de mim, me lembro!
Coroa, só numa folha
                   Bm
Mola que firma e não vira
                     F#7
Vai durar mais uns cem anos
                Bm
Num cabo de guajuvira

[Refrão]

           G    F#7
Quantas vezes matraqueira
                Bm
Falava da vida alheia
              G    F#7
Nos beliscão das esquilas
                    Bm
Nas rugas de alguma "oveia"
      B7             Em
Outra vez, em proza mansa
                 Bm
Contava de algum floreio
          G     F#7
Botando toso em quilina
              Bm
Da cavalhada do arreio

( Em  F#7  Bm )

Foi das esquila a martelo
Por conta do estancieiro
                B7
Cruzando de mil ovelhas
                  Em
Pra se entregar em janeiro
Não teve mais serventia
                 Bm
Quando a comparsa partiu
                   F#7
Foi de botar uns cem velos
             Bm
Sem nunca perder o fio

Agora vai na cintura
E por afiada se guia
             B7
Retovada de bainha
                  Em
Prenunciando uma sangria
Pois ainda vai achar-se
               Bm
Nas mãos de um esquilador
                    F#7
Com uma ovelha pra consumo
                    Bm
Na sombra de um carneador

[Refrão]

            G     F#7
Quando o aço da tesoura
                  Bm
Perdeu o fio pra tosquia
         G     F#7
Virou faca de respeito
                    Bm
Pra corte, talho e sangria