Se você é um entusiasta do violão e deseja aprimorar suas habilidades musicais, os fundamentos de mão direita são um aspecto essencial a ser dominado. Compreender e aplicar corretamente essas técnicas é um caminho importante para tocar violão com destreza e expressividade. Neste artigo, mergulharemos no mundo da técnica de mão direita no violão!

Ao compreender os fundamentos e a mecânica adequada para tocar violão, você estará construindo uma base sólida para explorar diferentes estilos musicais e expandir suas possibilidades artísticas.

Seja você iniciante ou experiente na música, aprimorar a técnica de mão direita é o caminho para desenvolver todo o potencial do violão como instrumento musical versátil e cativante.

Lembrando que estamos usando a referência do violão em sua posição para destros. Se você é canhoto, é só aplicar estes conceitos e conselhos à sua mão esquerda, sem prejuízo algum!

Qual a função da mão direita no violão?

Instrumentos como o violão têm uma característica muito própria: necessitar de ambas as mãos para conseguir produzir um som.

Nesse sentido, a mão esquerda (direita para canhotos) é responsável por pressionar ou soltar as cordas, escolhendo as alturas das notas. Já a mão direita no violão, é responsável por percutir e/ou pinçar as cordas, emitindo, assim, os sons em combinação com as alturas estabelecidas pela outra mão.

No entanto, ao contrário do que é mais popularmente conhecido, a mão direita não tem apenas a função de oferecer bases para o acompanhamento de canções.

Com ela, é possível tocar melodias, criar texturas e até sons percussivos para explorar o potencial sonoro do instrumento, principalmente nas abordagens de violão fingerstyle e violão clássico.

Independentemente da função que o violão irá exercer na música, estudar e desenvolver a mão direita permite refinar a qualidade sonora produzida. Além disso, isso faz com que tenhamos mais controle dos contrastes de dinâmica e dos timbres que o instrumento oferece.

Sendo assim, mesmo que você seja um violonista que toque principalmente com palheta, aconselhamos que treine e desenvolva suas habilidades com a mão direita no violão!

Técnicas de mão direita

A seguir, vamos oferecer uma série de dicas das técnicas mais fundamentais para a mão direita no violão. Lembrando que essas técnicas podem ser encontradas em diversos estilos diferentes: clássico, fingerstyle, flamenco, blues, estilos de violão brasileiro etc.

Arpejos

Os arpejos formam um dos fundamentos mais básicos da técnica de mão direita. Porém, apesar do nome, nem todo arpejo (técnica) corresponde musicalmente a um arpejo (sequência de notas de um acorde).

Um exemplo interessante é o Estudo Nº 11, para violão solo, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Na música popular, há várias canções famosas que utilizam a técnica dos arpejos. Dust in the Wind, do Kansas, e Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, são dois exemplos.

Tremolo

O tremolo é uma técnica onde os dedos indicador, médio e anelar da mão direita irão pinçar a mesma corda em sequência, enquanto o polegar realiza um arpejo nas cordas mais graves.

Um exemplo de música que utiliza essa técnica é a famosa Recuerdos de la Alhambra, do compositor espanhol Francisco Tárrega.

Mecanicamente, o tremolo não é muito diferente de um arpejo realizado na ordem P-A-M-I. Uma dica para estudar o tremolo é começar com arpejo simples em cordas diferentes.

Depois, usar o mesmo padrão com I e M na mesma corda, mantendo A na primeira corda. Em seguida, A e M na primeira corda, enquanto I está na segunda. Por fim, A-M-I estarão todos na primeira corda.

Um último passo é escolher acordes simples e utilizar a nota mais aguda de cada um para realizar o tremolo. O objetivo é fazer com que essa nota soe como uma nota longa, sustentada por cima do acorde arpejado pelo polegar.

Atualmente, alguns violonistas têm encontrado outras soluções para o tremolo, como a croata Ana Vidovic, que executa a técnica com I-M-I. Veja:

Toques com e sem apoio

É interessante apresentar dois diferentes tipos de toque que a mão direita pode realizar: o toque sem apoio e o toque com apoio. Apoio nada mais é do que, literalmente, encostar o dedo que está pinçando na corda imediatamente acima – ou, no caso do polegar, abaixo.

O importante nesta técnica é tentar manter o mesmo formato da mão direita, sem esticar os dedos, para não criar tensão. O efeito de usar o apoio é um som mais encorpado e potente.

Escalas

As escalas formam outro dos pilares da técnica de mão direita no violão. Contudo, é uma técnica um pouco mais desafiadora, pois demanda grande resistência e sincronia de ambas as mãos. Tradicionalmente, executam-se as escalas com dois dedos (I e M).

Entretanto, para alcançar maior controle, velocidade e facilidade, muitos violonistas já começam a utilizar três dedos (I-M-A). Um bom exemplo de música que utiliza muitas escalas é o Concierto de Aranjuez. Confira:

Picado

O picado é um termo do violão flamenco e trata-se de uma técnica um pouco mais avançada.

No fundo, é uma maneira de executar escalas com apoio e buscando um som mais “curto”, deixando as notas soarem bem destacadas uma das outras. Geralmente, é realizado bem próximo ao cavalete, buscando um som mais “brilhante”.

Rasgueados

Existe uma variação enorme de nomes para esta técnica: rasgueado, rasgueio, rasqueado etc. Na prática, o rasgueado consiste em percutir as cordas em conjunto, em um movimento de “varredura”.

Existem várias nuances para essa técnica. No violão flamenco, por exemplo, há o uso de cada um dos dedos da mão direita individualmente.

Para realizar um rasgueado básico, é importante liberar o movimento do pulso, mantendo-o bem relaxado. Também cabe lembrar que não é necessário atacar as cordas com muita força, pois o próprio movimento já terá um efeito sonoro potente.

Dessa forma, essa é uma técnica que pode ajudar muito na realização de levadas em gêneros musicais como rock, pop etc.

Como treinar a mão direita?

Aqui, vamos oferecer algumas dicas gerais para praticar a mão direita. Particularmente, as escalas e os arpejos.

• Pratique com diferentes combinações e ordens de dedos. Assim, você dominará uma série de combinações e poderá “criar” as suas próprias soluções técnicas;
• Pratique utilizando, também, diferentes ritmos, para que você possa aplicar essas técnicas em diferentes contextos;
• Pratique com “preparação”. “Preparar” os dedos quer dizer que você antecipa o movimento do dedo que tocará em seguida, já colocando-o na corda imediatamente após tocar uma outra corda;
• Pratique devagar e com qualidade. Utilize sempre o metrônomo e repita os movimentos com calma, buscando o máximo de relaxamento possível.

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