Como estudar arpejos? Confira 10 dicas práticas
Se você não sabe como estudar arpejos, este é o seu dia de sorte. Aqui, preparamos um tutorial claro e objetivo, que vai fazer com que você entenda esse tema de uma vez por todas.
Ao mesmo tempo, elencamos 10 dicas práticas sobre como treinar arpejos – elas servem para qualquer instrumento musical. Dessa forma, você terá um passo a passo bem estruturado, evitando a perda de foco. Legal, né?
Então, vamos lá aprender como estudar arpejos!
O que é arpejo?
Primeiramente, precisamos entender o que são os arpejos. Olha só: o arpejo é um conceito universal, que faz parte da teoria musical de todos os instrumentos. Nesse sentido, um arpejo nada mais é do que a forma melódica de expressar os acordes.
Em outras palavras, em vez de tocar um acorde da maneira mais comum, com todas as notas ao mesmo tempo, você deve executar cada nota de forma individual e sucessiva. Fácil, não é mesmo? Pronto, você entendeu o conceito de arpejo!
Assim, o arpejo pode ser executado a partir de duas principais estruturas de acorde, a tríade e a tétrade. A primeira é formada por três notas: tônica, terça e quinta. Já a outra é formada por quatro notas: tônica, terça, quinta e sétima.
O arpejo pode seguir essa ordem ascendente de notas, mas também pode ser descendente ou até aleatório. Ou seja, você pode executar as notas de um acorde em qualquer sequência – se tocar todas, será um arpejo mesmo assim.
Tipos de arpejos
Quando o arpejo segue a ordem de notas de um acorde, é considerado “conjunto”. Dessa forma, há duas maneiras de tocar: ascendente e descendente.
O arpejo ascendente começa em uma nota grave e termina em uma aguda. Em contrapartida, o descendente segue a direção oposta. Além disso, quando a ordem das notas for aleatória, o arpejo é denominado “disjunto”, ok?
Nesse contexto, se qualquer arpejo for executado em uma só oitava, é considerado “simples”. Se for aplicado em mais de uma oitava, chama-se “composto”. Tranquilo até aqui?
Para que serve o arpejo?
Definitivamente, o arpejo é uma das melhores maneiras de expressar melodicamente a sonoridade de um acorde. Então, esse recurso automaticamente fornece uma intenção harmônica, mesmo sendo apenas melódico.
Ou seja, sem precisar de um plano de fundo que mostre os acordes, o músico consegue levar o ouvinte a uma percepção harmônica do trecho. É uma sensação complexa e muito bonita, quase como um truque de mágica, percebe?
Nesse sentido, o arpejo permite o seu uso em vários cenários. Pode ser um poderoso recurso de acompanhamento ou uma carta na manga em improvisos. Além disso, os arpejos são muito usados em composições, gerando trechos únicos.
Para cada instrumento musical, os arpejos podem ser abordados de uma forma diferente também. Por exemplo, um arpejo tocado calmamente em um piano cria uma atmosfera intimista e suave. Já um arpejo tocado rapidamente na guitarra gera um sentimento frenético e arrebatador.
Seja como for, os arpejos permitem que o instrumentista consiga criar impactantes melodias e temas. Por isso, dominar os arpejos é extremamente importante, assim como entender as escalas musicais e conhecer os intervalos, por exemplo.
Músicas com arpejos
Para que você possa solidificar o conceito e, de fato, entender como ele é aplicado na prática, selecionamos algumas músicas que contém arpejos. Confira!
Stairway To Heaven — Led Zeppelin
Considerada um dos maiores hinos do rock and roll, Stairway To Heaven é um grande exemplo do uso de arpejos fáceis no violão.
Assim, a introdução da música tem as notas dos acordes dedilhadas de forma individual, em ordem ascendente e descendente. Isso cria um efeito tanto melódico quanto harmônico ao trecho, que se tornou icônico.
Somewhere in Time — John Barry
A clássica trilha sonora do filme Somewhere in Time, composta pelo artista John Barry, foi adaptada para os mais variados instrumentos musicais.
De qualquer forma, ela é um belo exemplo de como os arpejos podem ser usados em composições, seja para criar temas marcantes ou para dar suporte à melodia. Em seguida, confira a canção executada no piano:
Arpeggios from Hell — Yngwie Malmsteen
Como já sugere o nome, essa faixa é um dos melhores exemplos de como os arpejos podem soar enérgicos e intensos na guitarra elétrica.
Assim, ao executar arpejos com virtuosidade e uso de distorção, o músico sueco Yngwie Malmsteen cria uma sonoridade impressionante. Em seguida, confira Arpeggios From Hell:
Afinal, como estudar arpejos?
Agora, chegou o momento de conferir 10 dicas práticas que vão servir como um sólido guia para os seus estudos de arpejos. Vamos lá:
1. Estude formação de acordes
Antes de mais nada, é preciso compreender a formação de acordes. Não há como fugir. Sem que esse conceito fundamental esteja devidamente dominado, o estudo de arpejos não deve ser iniciado, ok?
Lembre-se: os arpejos são a transformação dos acordes em melodia. Portanto, conhecer as notas musicais, os intervalos e a estruturação dos acordes é fundamental.
2. Mapeie os tipos de arpejos
Uma vez que você seguiu a dica acima, é hora de mapear os diferentes tipos de arpejos pelo seu instrumento. Assim, não importa se você toca piano, teclado, violão, guitarra ou baixo… O raciocínio é o mesmo.
Identifique as notas musicais e, logo depois, mapeie os arpejos partindo de um campo harmônico de referência, que pode ser maior ou menor. Como resultado, você vai ganhar familiaridade com as diferentes formações de tríades e tétrades.
3. Experimente variações rítmicas
Agora, é a hora de tocar os arpejos em diferentes configurações rítmicas. Alterne entre uma, duas, três e quatro notas por tempo, por exemplo. Depois, experimente outras variações, com deslocamentos de notas e execuções não simétricas de tempo.
Assim, você criará um leque de possibilidades sonoras em sua mente, além de expandir a criatividade. Isso vai ser muito útil na hora de criar arranjos diferenciados.
4. Aplique em várias oitavas
Os arpejos podem ser feitos utilizando uma oitava ou maior extensão de oitavas. Dependendo do instrumento, é possível fazer arpejos emendando até três oitavas.
Dessa forma, você conseguirá fazer o mesmo arpejo em diferentes regiões, explorando sonoridades graves e agudas.
5. Realize saltos de intervalos
Quando você for estudar arpejos, também é interessante realizar saltos intervalares. Isso significa que você não precisa sempre tocar as notas de forma sequencial.
Aqui, não há regras. Toque as notas de forma aleatória ou invente padrões alternativos. Por exemplo, a sequência pode ficar assim: tônica – quinta – terça ou quinta – terça – tônica.
Novamente, esse simples exercício tem o poder de expandir seus horizontes musicais, fazendo com que você abra os olhos (e os ouvidos!) para novos caminhos e possibilidades.
6. Cante as notas
Como outro exercício, sugerimos que você cante as notas dos arpejos. Dessa forma, você consegue destravar habilidades que são essenciais a qualquer músico, incluindo percepção musical e desenvolvimento do senso melódico.
7. Faça sobreposições
Você sabia que é possível sobrepor arpejos para conseguir outras notas de extensão dos acordes? Ok, esse é um assunto para estudantes de nível intermediário e avançado, mas é legal que você conheça essa possibilidade.
Por exemplo: é possível tocar o arpejo de Mi menor com sétima menor (Mi – Sol – Si – Ré) sobre uma base com um acorde de Dó maior (Dó – Mi – Sol).
Dessa maneira, os intervalos gerados entre a relação das notas da melodia com a base seriam: tônica – terça maior – quinta justa – sétima maior – nona maior (Dó – Mi – Sol – Si – Ré).
Esse recurso aprimora o fraseado de qualquer músico, dando um requinte diferenciado à execução. Ou seja, oferece sons complexos a solos e improvisos, tornando o seu modo de tocar ainda mais atraente.
8. Tire músicas conhecidas
Aprender músicas que possuem arpejos é uma maneira muito prazerosa de sedimentar o conhecimento. Ao mesmo tempo, esse tipo de estudo permite que você conheça e incorpore as formas de aplicação prática dos arpejos.
9. Crie temas
Depois de tirar músicas dos outros, é a hora de criar as suas próprias composições. Então, proponha desafios a si mesmo. Essa dica tem o poder de te levar a outro patamar de musicalidade, além de ser muito divertida.
Por exemplo: “hoje vou criar a introdução de uma canção no estilo pop rock apenas utilizando arpejos”. Ou ainda: “agora vou inventar um tema com arpejos na fórmula de compasso 6/8”.
Incorpore aos seus improvisos
Por fim, é hora de incorporar os arpejos aos seus improvisos. Nesse sentido, misture o recurso a outros elementos que já fazem parte do seu fraseado, como a aplicação de escalas, modos gregos e licks.
Com o tempo, a realização de arpejos se tornará natural ao seu modo de tocar e improvisar.
E aí, curtiu o nosso guia sobre como estudar arpejos? Seguindo o passo a passo acima, você vai dominar esse tema antes do que imaginava, poder ter certeza.
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Fernando Paul
Jornalista musical, com mais de 10 anos de experiência na área. Toca guitarra, violão e baixo, além de estudar mixagem de áudio. Já acompanhou cantores, tocou em casamentos e integrou bandas de rock e grupos de louvor. Escreve para o Cifra Club desde novembro de 2021.