Eu não sei um terço de um quarto da metade do problema
Mas cruzar os braços nunca foi a solução
Também não sei qual é minha parte nesse esquema
Dia após dia procurando a razão de ser, de existir, de ter
De lutar pra conquistar, perseguir o saber, amadurecer

Ver o Sol nascer, poder cantar
De onde vem a força que impele a caminhar?
Pedra sobre pedra, espinho no caminho
Sei que sou mais forte quando não estou sozinho
Eu prezo a minha família, quem fecha comigo
Mas brindo ao inimigo por não me deixar moscar

Será que me faz falta uma religião?
Será que veio de uma outra encarnação
Essa descrença no futuro, essa descrença no humano?
Essa descrença na mudança que eu espero há tantos anos?
Vários tão tentando correr pra melhorar
Só que desanimam porque nunca saem do lugar
Aqui as cartas são marcadas, as histórias mal contadas
E quem tá errado é quem não consegue se adaptar

Levanta a cabeça e vai, levanta a cabeça e vai
Levanta a cabeça e vai, sem pensar demais, só levanta e vai

É curioso como tudo acontece de repente
Um dia a gente acorda e esquece do presente
Pensando no futuro, na vida que espera
Vivendo cada dia sempre atrás de uma quimera
E quem me dera voltar a ser criança
Manter a esperança de tudo realizar
Recomeçar, consertar onde errei
Tentar algum caminho diferente do que eu trilhei
Eu sei, dizem que tá escrito
Mas se funciona assim, então não existe o livre arbítrio?
É só um mito, ou um mistério desse nosso universo
Vasto demais pra caber nesses meus versos?
Muito além da nossa vã filosofia
De toda a internet, de toda alegoria

Hoje é o dia
Hoje é o dia
Levanta a cabeça e vai, levanta a cabeça e vai
Levanta a cabeça e vai, sem pensar demais, só levanta e vai