Um sujeito de modo arrogante
Com um brilho estranho nas vistas
Arranhando o nosso idioma, chegou numa cidade paulista
Entrou na churrascaria
Feito galo jogando a crista
Foi dizendo para o proprietário
Passei sua tropa em revista
Esta loira bonita do caixa
Será minha primeira conquista
Se julgando um grande machão
Foi falando de um jeito brutal
Vai dizer para a loira bonita
Que eu nunca vi mulher igual
Quero pegar o corpinho dela
E beijar do começo ao final
Vou fazer igual boi barbatão
Quando encontra no carrascal
O cocho que tem na madeira
Só o cheiro e o gosto do sal
Nisso o dono da churrascaria
Foi dizendo espere um momento
Entrou no seu escritório
Logo veio em passos lentos
Empunhando um trinta e oito
E mostrando um documento
Esta loira é minha esposa
Veja a certidão de casamento.
Vai fazer tudo o que eu mandar
Ou levar muito metal cinzento
Beijando o trinta e oito
Gemendo e de joelhos no chão
Passou a noite lambendo
O assoalho do grande salão
Levando uma chuva de tapas
Cada vez que pedia perdão
Apanhou que nem vaca na horta
Foi jogado pra lá do portão
Saiu andando encolhido
Nunca mais pôde ser garanhão
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