O que são os power chords e como tocá-los
Power chords são estruturas formadas por apenas duas notas diferentes: a fundamental e a quinta justa.
Por serem fáceis de montar e de mover pelo braço do instrumento, eles são perfeitos para quem deseja tocar seus primeiros riffs.

Pensando nisso, vamos mostrar o que são, como formar e de que forma aplicar na prática os power chords.
O que são os power chords? Tudo o que você precisa saber para praticar
A definição de power chord é um assunto que gera polêmicas: em inglês, o termo significa algo como “acorde de potência”.
No entanto, existem características importantes na formação estrutural de um acorde das quais um power chord não possui.
Na teoria musical ocidental, o acorde é uma estrutura formada por, pelo menos, três notas diferentes, empilhadas em intervalos de terças. A partir desse empilhamento, temos duas estruturas principais de acordes: as tríades e as tétrades.
As tríades são os acordes de três notas, formados pela fundamental (nota de partida, que dá nome ao acorde), a terça e a quinta (terça da terça).
Por sua vez, as tétrades seguem a mesma ideia, mas adicionam uma terça acima da quinta, as sétimas, formando uma estrutura de acordes com quatro notas distintas.
É pela combinação de diferentes qualidades dos intervalos gerados no empilhamento que caracterizamos acordes maiores e menores, por exemplo.
Já os power chords são formados apenas pela nota fundamental e sua quinta justa: é uma estrutura de duas notas que não possui os requisitos necessários para formar um acorde básico, como as tríades.
Na verdade, teoricamente, os power chords são intervalos harmônicos de quintas justas.
Portanto, os motivos dos power chords serem chamados de acordes estão atualmente relacionados com a “criação” e o uso prático desses intervalos harmônicos.
Quem criou os power chords?
Os primeiros power chords chegaram com a popularização dos amplificadores de guitarra, por volta dos anos 1950.
Naquele momento, quando os acordes eram tocados com distorção na guitarra, os músicos notaram que seu som ficava confuso, embolado.
Isso porque cada nota tem sua série harmônica, com “frequências complementares” às fundamentais (os chamados harmônicos) que mudam o timbre final do som.
Ao contrário do que acontecia com outros intervalos na guitarra com distorção, percebeu-se algo relevante entre a fundamental e a quinta: esse intervalo possuía harmônicos que se davam muito bem. Um complemento que proporciona mais corpo à fundamental.
Estava aí a fórmula perfeita para ecoar aquele som poderoso, grave e diferente através dos amplificadores: os power chords!
Como fazer power chords na guitarra e no violão?
Primeiro, vamos mostrar a opção tradicional. Depois, você vai aprender algumas alternativas que podem ser úteis também.
Na maioria das vezes, o shape mais comum é feito com o dedo indicador da mão esquerda (para os canhotos, a direita) na nota fundamental — a que dá nome ao acorde. Em seguida, é só pular uma casa e colocar o dedo anelar na corda logo abaixo, fazendo a quinta.
Mas é preciso que você deixe soar apenas essas duas cordas. Para isso, é preciso controlar a mão direita e abafar as cordas que não devem ser tocadas com a mão esquerda.
Para a segunda alternativa, uma boa solução é usar o dedo indicador: enquanto ele faz o acorde, sua parte de dentro pode encostar levemente sobre as outras cordas, deixando apenas um som abafado.
No vídeo abaixo, Vinícius Dias explica como abafar as cordas que não pertencem ao power chord e como controlar melhor a mão direita para não encostar tanto nas cordas que não queremos ouvir.
Tipos de power chords
Existem diferentes tipos de shapes em power chords. A seguir, explicamos algumas variações.
1. Power chord com a fundamental dobrada
Assim como no shape anterior, aqui também tocamos a fundamental e a quinta. Mas, nesse caso, adicionamos a fundamental mais uma vez (em uma oitava acima).
Nele, você deixará soar três cordas. Como uma das notas é repetida, ainda se trata de um power chord tradicional, apenas com fundamental e quinta.
Para fazer essa terceira nota, você pode usar o dedo mínimo logo abaixo do dedo anelar (que está fazendo a quinta).
2. Power chord “invertido”
Bom, se a ideia é usar somente a fundamental e a quinta, que tal apenas trocá-las de lugar? Você pode colocar essa segunda nota na corda mais grave e a fundamental na corda mais aguda.
Dessa maneira, as notas utilizadas ainda serão as mesmas, apesar de agora o intervalo resultante ser de quarta justa.
Vamos ao exemplo do power chord de Dó (C): uma possibilidade é fazê-lo com um dedo na casa 3 (sexta corda) e outro na casa 3 (quinta corda).
Por fim, ainda é possível tentar repetir uma das notas nas cordas de baixo, ou mesmo as duas.
3. Outras variações
Existem ainda outras variações que conservam muitas características de um power chord tradicional, mas fogem à regra da utilização do primeiro e do quinto grau.
Por exemplo, você pode usar apenas a fundamental e repeti-la pulando uma corda, abafando as outras que sobraram.
Assim, ainda manterá o peso, as frequências graves e a ausência da terça, como num power chord tradicional.
Alguns consideram que uma formação como essa ainda é um power chord, enquanto outros dizem que não, pela ausência da quinta. Na verdade, não há um consenso.
Você pode também fazer variações utilizando outras notas, como sétimas e nonas.
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