Eu sou do Pontal
Quero terra pra trabalhar
Eu sou lá do Eldourado
Eu sou do nordeste
Fui em purrado pro norte
Atrás de uma borracha
Eu fui parar na grande mata
Hoje eles nos matam
Mas já usaram nossos braços
Um dia terei terra
Mas ela já não servirá
Estará na minha boca
Não haverá como plantar
Ao invés de eu ganhá-la
Ela é quem me ganhará
Minha nuca é o alvo
Preferido dos jagunços
Falam em reforma agrária
Mas só vejo latifundio
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