Era primeiro de abril
Garoava e fazia frio
E eu ardendo em febre
Sofrendo com calafrios
Pode ter sido um delírio
Ou uma mera imaginação
Mas, de repente, eu senti
Uma forte inspiração
Era uma voz que dizia
Escreva uma nova canção
Sem qualquer instrumento
Nem mesmo um violão
Sei que parece mentira
Mas não é mentira não
A voz me soprava um rock
Um reggae, blues e baião
E num quarto quase escuro
Peguei papel e caneta
E num texto quase absurdo
Falei de Deus e o capeta
E falei de coisas distintas
Dentro de um mesmo planeta
De loucos que fabricam bombas
E da metamorfose da borboleta
E numa mistura de rock
De reggae, blues e baião
Num gesto de obediência
Escrevi uma nova canção
Sei que parece mentira
Por ser primeiro de abril
Mas, isso tudo é verdade
Desde a garoa e o frio
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