Hoje eu vou na boca do mar
Salvar meu amor das ondas do mar
Invernos calmos de caldos, de frios delírios
Aguardo gostoso um beijo salgado de mar
Nos lábios da morena, serena, há suspiros
Não tem flor de xangô se iansã não soprar
Hoje eu vou na boca do mar
Salvar meu amor das ondas
Tão quentes, calientes tritões no verão
Estridentes tridentes calados no luar
Inspiram e respiram, escaldam a escuridão
Supliciados, suplicam: iemalê, iemanjá.
Hoje eu vou na boca do mar
Salvar meu amor das ondas do mar
Morena tropicália não me diga, apenas faça
Vem na barca, aqui não há farsa
Ouve o samba mart'nália
Se prepara que eu te levo
Sou quente, sou caliente
Sou o que sente a luz do teu sorriso
É quase amor, é quase como um resistor
Convertendo toda luz no meu calor
Em tudo que é sentimento
Sou resistência desse mundo tormento
Aqui não há sofrimento
Minha súplica é que venha
Não discorde, não há suplício
Aviso, eu sou um vício
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