Vejo um rio
Vejo destroços de metal a flutuar
Vejo um rio
Provavelmente o Tejo
Desejo de me afundar
O Sado a sede sinos sinetas
Ao acordar
Vejo um istmo
Isco com ritmo
Paro de martelar
Vejo os meus dedos metálicos frios
Vontade de enferrujar
Vejo limalhas de ferro macio
Volumes por carregar
Vejo estas veias estalando
Artérias por soldar
Vejo nuvens ricas de carbono - diáfanas
D'envenenar
As naves que eu construo
Não são feitas para navegar
Aguentam a violência de um beijo
Mas nunca a do mar
As vagas onde elas vogam
Fundem-se com o ar
E elas vão e vêm
Voltam-se devagar
Se se voltam devagar
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