O verso crioula e a milonga
Foram feitos um pro outro
É o mesmo que o ginete
Enforquilhado no potro
Afinam cordas e arreios
Com a alma ensarilhada
Um com o timbre de pampa
Outro com a poeira na estrada
Pelos galpões campenhanos
Os temas nascem grongueiros
Versos crinudos da essência
Como o calor de um braseiro
Cada verso é um galpão
Onde o tempo fez querência
É uma estância milonga
Mesma fibra e procedência
A bandeira do atavismo
De Rio Grande se desfralda
Trazendo verso crioulo
E a milonga a meia espalda
A milonga firma o pulso
Enquanto o verso mateia
A eternizar madrugadas
Sobre o olhar da boeira
Pelos campos bem cuidados
Brotam silentes no pasto
Ânsias de pátria grande
Na meia luz dos cascos
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