Eu ouço o som raivoso de 147 cavalos barulhentos
E numa pele de metal
Os seus roncos roucos coagulam no meu cérebro
Pelas esquinas do crânio durante seu acidente fatal
A confusão lá fora se mistura
Ao de mitos gelados das mocinhas
No meu computador
Tenho mais de mil amigos online
E mesmo o mais assíduo é a solidão
Que me estende a mão pra de silêncio
Olhos densos em outras dimensões
Bati a porta com o dinheiro de bêbado se suicidando
Do meu bolso e a cabeça fora do pescoço
A fim de me perder
Meus sapatos gastos se atracando com o asfalto exausto
Enquanto meu olhar insiste em se perder
A dança, a rua, a moça
Um assobio
A moça coberta com jornal
Tenho mais de mil lugares pra ir
Deve ser por isso que eu fico aqui
Arrumando brigas com desconhecidos
Cor do sangue
Mancham igual a um batom
A garrafa ainda cheia
E eu cambaleando ao lado dela
Ela mora na favela
'Tamos chegando, é logo ali
O filho pequeno jogando vídeo-game ao lado
Sua mãe
No corpo suado
E a magia começou
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