Lá-ra-ra-ra-lai-lá, lá-ra-ra-ra-rá
Lá-ra-ra-ra-lai-lá, lá-ra-ra-ra-rai-rá

Casinha de latão
Desabamento e esquecimento
Com outros como eu
Moro perto do rio

Nunca fui à escola
Não sei ler nem escrever
E estão brigando
Pelo meu voto

Quando a noite chega
Saio com meus filhos
Pra revirar o lixo
Dos prédios

Sonho com um sonho
Que é proibido pra mim
Sou o invisível
O que nunca existiu

(Entre, mestre)

Abençoados
Benditos ricos
Conseguem de tudo
Só com o sobrenome

Me dá uma raiva
Quando tomo um vinho
Meu sangue ferve
Segurando um grito

(Com licença, senhores, como vocês estão cantando bonito)

Nunca me afiliei
A nenhum partido
Não quero esmola
Não sou mendigo

Sonho com um sonho
Que é proibido pra mim
Sou o invisível
O que nunca existiu

Lá-ra-ra-ra-lai-lá, lá-ra-ra-ra-rá
Lá-ra-ra-ra-lai-lá, lá-ra-ra-ra-rai-rá

Que continuem comemorando, que continuem deixando as marcas
Que continuem comemorando, que continuem deixando as marcas
Vamos fazer uma festa de despedida, e que ninguém vá embora chorando
Vamos fazer uma festa de despedida, e que ninguém vá embora chorando