Agora que o fio foi rompido, Peregrino eu não serei mais

Desapaixonei-me por essa estrutura antiga e decrépita
Laços de obrigação conspiram para manter minhas mãos tão firmemente atadas
Enquanto procuro por crescimento, enquanto procuro por vida
Estou tão cansado dessas histórias em espiral
Será que preciso repetir-me tantas vezes
Para que meu ponto seja entendido e minhas palavras, ouvidas?

Talvez seja hora de me despir por completo
Mas não me tomes por carne idiota, que lançaria seus escritos aos tolos
Isto nunca foi para você

Pois na peregrinação, há uma ferida
E há desespero em ver quão prontamente o outro evoca imagens tão bíblicas
Flagelando, em lirismo, meu senso de ser para teu entretenimento mesquinho

E conforme as palavras se tornam mais tensas
Passei a ver e apreciar o valor do fim da jornada
Ainda que seja apenas por seu próprio mérito
Afinal, caminhos tão árduos e convulsos para dentro do abismo
Seriam em vão se eu não resumisse e elucidasse este curioso ciclo que começou há tanto tempo

Não importa para quem é
Não importa a quem serve

Mas uma vez que o fio se rompe, não há retorno
Que as pontes queimadas iluminem o caminho adiante
Que o fio, uma vez rompido, transmute o chumbo em ouro

Pelo bem da minha alma
Peregrino eu não serei mais