Quarto pequeno, respiração lenta
Silencioso como um aviso
Rostos aparecem rapidamente e depois desaparecem
Manchetes, nenhuma história
Eu sinto o gosto da chuva antes que ela atinja o parapeito

Eu vivo por um buraco de fechadura
Ar rarefeito, osso borrado
Deixe a moldura abrir-se completamente
Deixe a noite levar tudo
Cada gota que sangrei

Não me corte pra ficar pequeno
Sou grande, mesmo quando eu caio
Santo na rachadura, aceso na cicatriz
Um farol distante, uma estrela teimosa
Se eu não couber, eu não vou fingir
Quebrado, brilhante
Eu não vou ceder

Neon no rio
Rostos com pressa
Você quer a melodia
Não o hematoma ou a preocupação
Eu guardo trovões suaves
Zumbindo em silêncio
Eu não vou trocar o clima
Apenas para manter sua presença

Tenho encolhido o tamanho das portas
Voz doce, mandíbula travada
Deixe as dobradiças soltas
Vou respirar o que vi
Cada sombra que eu escondi

Não me corte pra ficar pequeno
Sou grande, mesmo quando eu caio
Santo na rachadura, aceso na cicatriz
Um farol distante, uma estrela teimosa
Se eu não couber, eu não vou fingir
Quebrado, brilhante
Eu não vou ceder

Tentei ser uma miniatura
Até que minhas cores se transformaram em vidro
Tentei ser um sussurro
Mas a dor nunca passava
Chega de quartos pequenos para respirar
Chega de silêncio para este baú

Veja o quadro quebrar
Ouça os pulmões despertarem

Não me corte pra ficar pequeno
Sou grande, mesmo quando eu caio
Santo na rachadura, aceso na cicatriz
Um farol distante, uma estrela teimosa
Se eu não couber, eu não vou fingir
Quebrado, brilhante
Eu não vou ceder