Uma chamarra, uma fogueira
Uma chinoca, uma chaleira
Uma saudade, um mate amargo
E a peonada repassando o trago
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago
Tertúlia é o eco das vozes
Perdidas no campo afora
Cantiga brotando livre
Novo prenúncio de aurora
É rima sem compromisso
Julgamento ou castração
Onde se marca o compasso
No bater do coração
Uma chamarra, uma fogueira
Uma chinoca, uma chaleira
Uma saudade, um mate amargo
E a peonada repassando o trago
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago
É o batismo dos sem nome
No meio dos desgarrados
Grito de alerta no pampa
Tribuna de injustiçados
Tertúlia é o campo sonoro
Sem porteira ou aramados
Onde o violão e o poeta
Podem chorar abraçados
Uma chamarra, uma fogueira
Uma chinoca, uma chaleira
Uma saudade, um mate amargo
E a peonada repassando o trago
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago
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