Alérgico ao próprio suor
Todo um discurso reduzido a pó
Gente como eu não tem escolha
Gente como eu não tem escolha
"Só se adequando você vai ter paz"
Conclusão preguiçosa e imperspicaz
Que a minha consciência me absolva
Gente como eu não tem escolha
Visível, à flor da pele
A agonia de quem nunca se aceitou
Te convenceram de que você não tem valor
De que não vale as roupas que veste
O tom suave do hipnotizador
Convém que alguém sempre se sinta inferior
Fica comigo até eu dormir
Não deixa eu me destruir
Gente como eu não tem escolha
Gente como eu não tem escolha
Uma revolta que cresce
E se espalha como um tumor
O gosto amargo não demora a se impor
Quem apanha, não esquece
Segue movido a ódio e dor
A temperança invertida em mim se personificou
(Você respira a tensão no ar)
Sua visão escurece
Será que você mais perdeu do que ganhou?
Na sua cabeça, um zumbido ensurdecedor
Qualquer raciocínio se perde
Quem eu já fui contra quem hoje eu sou
Eu mesmo, um fantasma que o tempo não exorcizou
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