René, ven, vamo' a estudiar
Sí, te voy a hacer una pregunta
Tú me la contesta'
¿Con qué parte del cuerpo
Jugaban pelota los indios taíno'?
René, contéstame
Sí, es fácil
Atiéndeme, atiéndeme, mírame
¿Con qué parte del cuerpo?, piensa
¿Jugaban pelota los indios taíno'?
Ya sé
Te la canto y entonce' así tú te la vas aprendiendo
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y
Desde pequeño quería ser beisbolista, no llegué
Así que aprendí a batear hits por encima de una pista
Volví a tomar alcohol en mi despacho
Escribo bien sobrio, pero escribo mejor borracho
Cuando caigo en depresión
Mis problemas se los cuento a la ventana del avión
El estrés me tiene enfermo
Hace diez años que no duermo
El IRS me sigue investigando, me estoy divorciando
Pero no importa, yo sigo rimando
Cometo errores, pero hago lo que pueda
Aprendí a aterrizar sin ruedas
Y aunque en la calle me reconocen
Ya ni mis amigos me conocen
Estoy triste y me río
El concierto está lleno, pero yo estoy vacío
En la industria de la música, todo es mentira
Mi hijo tiene que comer, así que sigo de gira
Solo me queda lo que tengo
No sé pa' dónde voy, pero sé de dónde vengo
Me crié con Christopher, mi pana
Tiramos piedras juntos, rompimo' un par de ventana'
Corríamos por la calle sin camiseta
En las parcela' de Trujillo, cuesta abajo, en bicicleta
La bici encima del barro
Con un vaso de plástico en la goma
Pa' que suene como un carro
Recargábamos batería con malta india
Y pan con ajo, nadie nos detenía
Éramos inseparables, hasta que un día
Lo mataron entre cuatro policías
Mi alegría sigue rota
Se apagaron las luces en el Parque de Pelotas
Ya no queda casi nadie aquí
A veces ya no quiero estar aquí
Me siento solo aquí
En el medio de la fiesta
Quiero estar en donde nadie me molesta
Quemar mi libreta, soltar mis maletas
Quiero llamar al 7-5-5-0-8-2-2
A ver quién contesta
Las peleas con mi padrastro, cuando perdía el control
Las resolvía con él, viendo un partido de béisbol
Me invitó a pelear un par de veces
Me escapé de casa un par de veces
Pero nunca faltó el alimento
Nos defendió con música, tocando en casamientos
A veces al horno, a veces de lata y microondas
Compartíamos todo, la mesa era redonda
Clase media-baja, nunca fuimos dueños
El préstamo del banco se robaba nuestros sueños
La cuenta de ahorro vacía
Pero mami bailando flamenco nos alegraba el día
Dejó de actuar pa' cuidarnos a los cuatro
Y nos convertimos en su obra de teatro
Ella se puso nuestras botas
Y su vida fue de nuestros logros y nuestras derrotas
Mi padrastro se fue con otros peces
Nos mudamos de la Calle 13
Me fui a buscar la suerte en un mar de paja'
Y mi vida entera la empaqué en una caja
En la universidad de arte', me becaron
A la mitad de mis amigo' los mataron
Empecé a rapear de nuevo
Empecé a creer de nuevo
Volví, saqué un disco
Me comí el mundo de un mordisco
En Puerto Rico, despidieron empleados
Insulté al gobernador y quedó televisado
Censuraron cuatro años de mi calendario
Abuela murió, no me vio tocar en el estadio
Dije to' lo que sentí
Me quieren más afuera que en mi propio país
Pero aunque mis canciones las cante un alemán
Quiero que me entierren en el viejo San Juan
Puede que la tristeza la disimule
Pero estoy hecho de arroz con gandules
Y me duele
No importa que el ron de la madrugada me consuele
Y desde adentro de la pulpa, si la cagué
A mi país le dedico cuatro piso' de disculpa'
Ya no queda casi nadie aquí
A veces ya no quiero estar aquí
Me siento solo aquí
En el medio de la fiesta
Quiero estar en donde nadie me molesta
Quemar mi libreta, soltar mis maletas
Quiero llamar al 7-5-5-0-8-2-2
A ver quién contesta
Y si me contestan
Quiero decirles que quiero volver
Que quiero salir de este hotel
Y desaparecer
Y si me contestan
Quiero decirles que quiero bajar el telón
Que a veces me sube la presión
Que tengo miedo que se caiga el avión
Que no me importan las gira', los disco', los Grammy
Y que en la Calle 11
Quiero volver a ver El Cometa Halley con mami
Quiero volver a cuando
Mis ventana' eran de Sol
Y me despertaba el calor
A cuando me llamaban pa' jugar
A cuando rapeaba sin cobrar
Quiero sacar las cartas de pelotas del envase
Volver a robarme segunda base
En verano y navidades
Limpiar la casa con mis hermano', escuchando a Rubén Blades
Quiero volver, ir al cine en la semana
Y llegar a la escuela de arte' en la' mañana'
Quiero quedarme allí, no quiero salir de allí
Quiero volver a cuando
No me dejaban entrar porque me vestía mal
Quiero volver a sentir
A cuando no tenía que fingir
Yo quiero volver a ser yo
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
Cabeza, rodilla, muslos y cadera
René, vem, vamos estudar
Sim, vou te fazer uma pergunta
Me responda
Com quais partes do corpo
Jogavam bola os índios tainos?
René, me responde
Sim, é fácil
Presta atenção, presta atenção, olha pra mim
Com quais partes do corpo? Pensa
Jogavam bola os índios tainos?
Já sei
Vou cantar para você e assim você vai aprendendo
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e
Desde pequeno queria ser jogador de beisebol, não fui
Então aprendi a fazer hits em cima de uma pista
Voltei a beber álcool no meu escritório
Escrevo bem sóbrio, mas escrevo melhor bêbado
Quando caio em depressão
Conto meus problemas para a janela do avião
O estresse me deixa doente
Faz dez anos que não durmo
O Serviço de Imposto Renda continua me investigando, estou me divorciando
Mas não faz diferença, eu continuo rimando
Cometo erros, mas faço o que posso
Aprendi a aterrizar sem rodas
E, ainda que eu seja reconhecido na rua
Meus amigos já não me conhecem
Estou triste e rio
O show está cheio, mas eu estou vazio
Na indústria da música, é tudo mentira
Meu filho tem que comer, então continuo fazendo turnê
Só me resta o que tenho
Não sei para onde vou, mas sei de onde venho
Eu cresci com Christopher, meu amigo
Jogamos pedras juntos, quebramos algumas janelas
Corríamos pela rua sem camiseta
Por toda Trujillo, ladeira abaixo, na bicicleta
A bicicleta no barro
Com um copo de plástico na roda
Para que pareça o barulho de um carro
Recuperávamos nossas energias com suco de malta
E pão com alho, ninguém nos parava
Éramos inseparáveis, até que um dia
Quatro policiais o mataram
Minha alegria segue quebrada
Apagaram os refletores do campo de futebol
Já não resta quase ninguém aqui
Às vezes, não quero estar mais aqui
Eu me sinto sozinho aqui
No meio da festa
Quero estar onde ninguém me incomode
Queimar minha agenda, soltar minhas malas
Quero ligar para o número 7-5-5-0-8-2-2
E ver quem atende
As brigas com meu padrasto, quando saíam do controle
Eu resolvia vendo uma partida de beisebol com ele
Ele me chamou para brigar algumas vezes
Fugi de casa algumas vezes
Mas nunca deixou faltar comida
Nos defendeu com música, cantando em casamentos
Às vezes preparávamos no fogão, às vezes era enlatado e micro-ondas
Dividíamos tudo, a mesa era redonda
Classe média baixa, nunca fomos donos de nada
O empréstimo do banco roubava nosso sonho
A conta da poupança vazia
Mas quando mamãe dançava flamengo, alegrava nosso dia
Ela deixou de atuar para cuidar de nós quatro
E nos transformamos em sua peça de teatro
Ela abraçou nossos sonhos
E sua vida se resumiu às nossas conquistas e derrotas
Meu padrasto foi navegar em outros mares
Nos mudamos da Rua 13
Fui buscar a sorte no meio do nada
E empacotei toda a minha vida em uma caixa
Me deram uma bolsa na universidade de arte
Mataram metade dos meus amigos
Comecei a fazer rap de novo
Comecei a crescer de novo
Voltei, lancei um disco
Engoli o mundo com uma mordida
Em Porto Rico, despediram empregados
Insultei o governador e isso apareceu na TV
Tomaram quatro anos do meu calendário
Minha avó morreu, não me viu tocar no estádio
Disse tudo que senti
Sou mais amado fora do que dentro do meu próprio país
Mas ainda que minhas músicas sejam cantadas por um alemão
Quero que me enterrem no velho San Juan
Pode ser que eu dissimule a tristeza
Mas sou feito de arroz com gandules
E me dói
Não faz diferença se o rum me consola de madrugada
E mesmo no fundo do poço, se fiz merda
Dedico quatro andares de desculpas ao meu país
Já não resta quase ninguém aqui
Às vezes, não quero estar mais aqui
Eu me sinto sozinho aqui
No meio da festa
Quero estar onde ninguém me incomode
Queimar minha agenda, soltar minhas malas
Quero ligar para o número 7-5-5-0-8-2-2
E ver quem atende
E se alguém me atender
Quero dizer que quero voltar
Que quero sair desse hotel
E desaparecer
E se alguém me atender
Quero dizer que quero tirar meu time de campo
Que, às vezes, a pressão é muito alta
Que tenho medo de que o avião caia
Não ligo para turnês, discos, Grammy
E que na Rua 11
Quero voltar a assistir ao Cometa Halley com minha mãe
Quero voltar para quando
Minhas janelas eram de Sol
E o calor me acordava
Quando me chamavam para brincar
Quando fazia rap sem cobrar
Quero completar meu álbum de figurinhas
Voltar a roubar no jogo de beisebol
Verão é Natal
Limpar a casa com meus irmãos, ouvindo Rubén Blades
Quero voltar, ir ao cinema durante a semana
E chegar da escola de artes de manhã
Quero ficar ali, não quero sair dali
Quero voltar para quando
Não me deixavam entrar nos lugares porque me vestia mal
Quero voltar a sentir
O que eu sentia quando não precisava fingir
Eu quero voltar a ser eu
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
Cabeça, joelho, coxa e quadril
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