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Conheça a história de Luiz Gonzaga

Confira tudo sobre a biografia de Luiz Gonzaga, sua lendária família, os fatos mais relevantes da carreira e qual a sua importância para a música brasileira.

A biografia de Luiz Gonzaga é repleta de criatividade e cultura nordestina, sendo um dos responsáveis por espalhar diversos ritmos para o resto do país. Assim, o cantor e compositor levou não só o baião e o xaxado a mais pessoas, mas também jogou luz sobre as injustiças de sua terra.

Luiz Gonzaga sorrindo tocando sanfona
Luiz Gonzaga estará para sempre na história da música brasileira (Foto: Divulgação)

Autor de canções clássicas, como Asa Branca e Baião de Dois, ele é também pai de Gonzaguinha e influência de Gil, Caetano e vários outros artistas. Além disso, ficou conhecido como Rei do Baião e Gonzagão, deixando sua marca na história da MPB.

Então, se você quer realmente saber quem foi Luiz Gonzaga e conhecer mais curiosidades sobre sua vida, nos acompanhe neste artigo especial!

Qual é a história de Luiz Gonzaga?

Primeiramente, o nome completo de Luiz Gonzaga era Luiz Gonzaga do Nascimento. Isso porque ele nasceu no dia 13 de dezembro, Dia de Santa Luzia. A data foi o motivo da escolha do seu primeiro nome.

Em seguida, o vigário que o batizou sugeriu Gonzaga e, por fim, Nascimento, em referência ao nascimento de Jesus também no mês de dezembro. O destino já estava selado pelo nome, não estava?

Segundo filho de Ana Batista, Luiz Gonzaga nasceu no povoado do Araripe, próximo a Exu, em Pernambuco. Além de trabalhar na roça, seu pai tocava e consertava acordeon nas horas vagas, influenciando o filho, que aprendeu cedo a tocar o instrumento.

O começo na música

Como resultado, ainda novo passou a se apresentar em feiras e bailes, acompanhando o pai. Aos 13 anos, foi convidado para fazer shows individuais.

Já aos 18, teve sua primeira paixão, Nazarena. No entanto, o pai da moça não aceitava o namoro e o ameaçou de morte. Ao contrário do esperado, os dois namoraram escondido e mantiveram os planos de casamento.

Indo mais além, assumiram a desonra de Nazarena – um absurdo para a época – para serem obrigados a casar. Mas a raiva de seu pai era tão grande que, mesmo assim, ele enfrentou o artista e afirmou que arranjaria outro noivo para a filha.

Desiludido, Luiz Gonzaga partiu para Fortaleza e ingressou no Exército. Assim, combateu cangaceiros e coronéis, inspirando-se no líder dos cangaceiros, Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião.

Aqui, iniciava-se uma de suas marcas visuais, já que ele adotou sua vestimenta como inspiração e seguiu com ela por toda a carreira.

Por fim, passou a rodar o país como soldado, indo do Piauí ao Mato Grosso, mudando-se finalmente para Minas. Lá, aprimorou suas habilidades com a sanfona e conheceu Domingos Ambrósio.

O novo amigo foi quem o apresentou a outros ritmos, na transição da década de 1930 para 1940. Assim, iniciava, de fato, a sua carreira musical.

Do nordeste para o mundo

Após conhecer Domingos e aprender facilmente ritmos como samba, tango, valsa e fado, mudou-se para o Rio e pediu baixa do Exército. Dedicado à música, passou a tocar em bares, cabarés e programas de calouros.

Aliás, foi em deles que ganhou notoriedade no meio artístico, recebendo notas médias no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso.

Além disso, passou a se apresentar em troca de refeições em uma república de jovens cearenses. Lá, lhe perguntaram o porquê de não tocar músicas de sua terra. Isso o fez passar a integrar o ritmo em seu repertório, saindo vitorioso do mesmo programa com Vira e Mexe, música de sua autoria.

A repercussão foi tão grande que lhe rendeu um contrato com a gravadora RCA, pela qual lançou seus primeiros discos. Entre eles, os sucessos entre críticos e público Véspera de São João, Numa Serenata, Saudades de São João del Rei e Vira e Mexe.

Como os discos, naquela época, tinham duas canções em cada, a discografia de Luiz Gonzaga é extensa, com 32 deles apenas entre 1941 e 1945. Ao mesmo tempo que fazia sucesso com os álbuns, ingressou na Rádio Clube e, mais tarde, na Rádio Tamoio.

Apesar de receber proibições de cantar e orientações de ater-se apenas como sanfoneiro, Luiz substituiu os cantores faltantes. Como resultado, foi demitido e partiu para a busca de um parceiro para compor suas futuras músicas também como cantor.

Assim, foi ao lado de grandes parceiros, como Humberto Teixeira e Zé Dantas, que alguns sucessos ganharam vida. Dentre eles, A Dança da Moda e O Xote das Meninas.

Além disso, emplacou uma carreira em cassinos e passou a adotar o figurino de vaqueiro/cangaceiro, uma de suas marcas artísticas.

Por fim, rodou o país em turnê entre 51 e 52 junto à Colírio Moura Brasil, uma famosa marca da época.

Curiosidades sobre de Luiz Gonzaga

Ao final da década de 50, novos ritmos e movimentos chegavam ao país – por exemplo, bossa nova e Jovem Guarda. Isso tirou um pouco o foco do sucesso de Luiz Gonzaga.

Embora não estivesse mais em alta, permaneceu respeitado por grandes nomes da música e retornou, de fato, aos holofotes nacionais nos anos 70 e 80, ao lado do filho, Gonzaguinha.

Inclusive, um dos fatos mais importantes da vida de Luiz Gonzaga é a sua relação com o filho. Nesse sentido, voltando um pouco no tempo, ele conheceu sua mãe já grávida em uma casa de shows e, mesmo assim, assumiu a paternidade.

Por isso, Gonzaguinha também carrega seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Porém, após a separação e o adoecimento de sua mãe, o artista entregou o filho para ser cuidado pelos padrinhos.

Luiz voltou finalmente à sua cidade natal depois de muito tempo, em 1946, reencontrando os pais, que, até então, não tinham notícias suas. A canção Respeita Januário, composta com Humberto Teixeira, retrata esse acontecimento.

Mas, meses depois, o artista retornou ao Rio e conheceu Helena Cavalcanti, que se tornou sua secretária e futura companheira. Assim, Helena foi esposa de Luiz Gonzaga até o resto da vida, e, juntos, adotaram a filha Rosa.

Por Helena não aceitar Gonzaguinha, a convivência da família de Luiz Gonzaga foi marcada por conflitos, internato e alcoolismo.

A relação de pai e filho só se estabeleceu mais tarde, após a formatura do filho na faculdade. Logo, os dois passaram a compor juntos e viajar pelo Brasil no final dos anos 70.

Luiz Gonzaga sofreu de osteoporose por anos e faleceu em 1989, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, em um hospital de Pernambuco.

Qual foi a importância de Luiz Gonzaga para a música brasileira?

Resumir a biografia de Luiz Gonzaga é missão difícil. Dito isso, só é possível tentar explicar a importância do artista para a música nacional com as diversas homenagens que recebeu após sua morte.

Nesse sentido, são elas:

  • O trecho da BR-232 que liga as cidades de Recife e Caruaru recebeu o nome de Rodovia Luiz Gonzaga;
  • A Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, da cidade de Petrolândia, recebeu o nome em homenagem ao cantor;
  • Está na 13ª posição dos 100 maiores artistas brasileiros de todos os tempos da revista Rolling Stone, à frente de Vinicius de Moraes, por exemplo;
  • Foi tema do enredo da Unidos da Tijuca em 2012.

Além disso, já foi comparado a Michael Jackson, uma vez que o Rei do Baião seria uma espécie de Rei do Pop do nosso país – em seu sentido mais popular.

Assim, Luiz Gonzaga estabeleceu um figurino próprio, foi um dos primeiros a fazer turnê pelo país além do eixo Rio-SP e estabeleceu estilo único no palco. Tal trajetória foi retratada no longa Gonzaga: De Pai Para Filho, de 2012.

Hoje, o artista permanece eternizado em pinturas, esculturas e selos postais em homenagem ao seu centenário. E, claro, em suas músicas, que permanecerão ecoando por todo o país.

Pintura que ilustra de forma colorida Luiz Gonzaga tocando sanfona com seu icônico chapéu
Pintura de Luiz Gonzaga feita pelo artista Eduardo Kobra (Foto: Reprodução)

Agora que você conhece a biografia de Luiz Gonzaga, que tal compartilhar este post com os seus amigos? Assim, vocês celebram juntos o legado do Rei do Baião!

Foto de Laryssa Costa

Laryssa Costa

Jornalista, também graduada em Letras e com especialização em Música e Negócios. Amante e pesquisadora da música, viciada em shows e biografias. Escreve para o Cifra Club desde junho de 2021.

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