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O que é consonância e dissonância na música?

A consonância ocorre com sons que soam estáveis e confortáveis quando tocados juntos. Já a dissonância é a combinação de sons que geram tensão e parecem incompletos, criando uma instabilidade que pede por uma resolução.

Além de ser um dos campos mais importantes dentro da teoria musical, é importante saber os conceitos de consonância e dissonância. Então, bora entender mais sobre o assunto? 🙂

Aprenda a diferença entre consonância e dissonância

Você já deve ter reparado que existem trechos nas músicas que geram uma sensação de alívio e outros em que o sentimento é de expectativa.

Isso acontece devido à consonância e dissonância, que constroem a música pela sucessão de momentos de repouso e tensão.

Por isso, compreender a diferença entre consonância e dissonância é fundamental para entender por que certos sons soam agradáveis enquanto outros nem tanto.

O que é consonância?

Quando duas ou mais notas são tocadas simultaneamente, soando estáveis e confortáveis ao ouvido, temos uma consonância. Ou seja, temos uma sensação de estabilidade na música.

O que é dissonância?

A dissonância musical produz um sentimento contrário à consonância. Ela é formada por duas ou mais notas que, tocadas ao mesmo tempo, soam tensas e incompletas.

Isso gera uma instabilidade que pede a sensação de uma solução.

Consonância e dissonância x intervalos

Para entender o que é consonância e dissonância, temos que saber o que é intervalo na música.

Um intervalo é a distância entre duas notas. Por exemplo, na escala maior natural de Dó, a nota Ré é a segunda do Dó. Portanto, temos um intervalo de segunda.

Da mesma forma, o Mi é a terceira nota a partir do Dó, considerando o próprio Dó como o primeiro som da contagem (Dó – 1, Ré – 2, Mi – 3). Aqui temos um intervalo de terceira.

Cada intervalo musical tem uma sonoridade: alguns são suaves e estáveis, portanto, consonantes; e outros mais ásperos e tensos, os dissonantes.

Contexto histórico e cultural da consonância e dissonância

Vale lembrar também que a percepção de consonância e dissonância varia conforme o período histórico e a cultura.

Por exemplo, na Idade Média, apenas as oitavas, quintas e quartas eram consideradas consonâncias. Já as terceiras e sextas eram vistas como dissonâncias.

Elas só foram aceitas como consonâncias a partir do Renascimento e se consolidaram nessa categoria no período Barroco.

Cada cultura percebe de forma diferente os intervalos como estáveis ou instáveis, como na música asiática e na música africana, cujas escalas e padrões de harmonia são outros.

Quais são os intervalos consonantes e dissonantes

Agora que já vimos os conceitos básicos, vamos entender porque uns intervalos são consonantes e outros são dissonantes.

Os intervalos consonantes se dividem em duas categorias: perfeitos e imperfeitos. Já os dissonantes, em três: neutros, suave e fortes. Confira cada um deles.

Intervalos consonantes perfeitos

As consonâncias perfeitas incluem o uníssono, a quarta justa, a quinta justa e a oitava justa.

A quarta justa nem sempre é considerada uma consonância perfeita, sendo uma consonância mista: entre a perfeita e a imperfeita.

Elas são chamadas de perfeitas porque sua relação de frequência é extremamente simples. Por exemplo, o uníssono é percebido como o mesmo som duplicado, enquanto a quinta justa é clara e estável.

Quando duas guitarras tocam juntas a nota Dó, que fica na quinta corda (terceira casa), elas estão tocando em uníssono.

Essas duas notas estão na mesma frequência, mas produzidas por dois instrumentos diferentes. Por isso, elas têm uma sonoridade estável, passando uma sensação de repouso.

Os power chords também são exemplos de consonância perfeita, pois são formados pela fundamental e quinta justa. Em alguns casos, a oitava justa também é tocada.

Intervalos consonantes imperfeitos

Os intervalos de terceira maior, terceira menor, sexta maior e sexta menor são consonâncias imperfeitas. Embora estáveis, não têm a mesma força da quinta ou da oitava.

Dissonâncias neutras

Entre as dissonâncias neutras, temos a quarta aumentada e a quinta diminuta. Esses intervalos dividem a oitava ao meio, soando instáveis.

O intervalo de quinta diminuta, também conhecido como trítono, é fundamental para a sensação de preparação na harmonia funcional.

Dissonâncias suaves

A segunda maior e a sétima menor geram tensão, mas de forma moderada. Por exemplo, a sétima menor faz com que os acordes peçam resolução no acorde que representa o tom da música.

Já a segunda maior está a apenas um tom de distância da nota fundamental, gerando um som levemente áspero, mas não agressivo.

As dissonâncias suaves criam expectativa sem causar choque excessivo.

Dissonâncias fortes

Os intervalos mais tensos são a segunda menor e a sétima maior. Eles criam um choque sonoro evidente e são usados para marcar momentos de grande intensidade.

A segunda menor tem um intervalo de apenas meio-tom em relação à fundamental. Isso cria um choque direto por serem duas notas muito próximas, produzindo um som tenso e penetrante.

A sétima maior é um intervalo altamente instável, pois também está a apenas meio-tom da oitava.

Quando presente em acordes maiores com sétima, é bem assimilada e pede resolução imediata para aliviar a tensão.

As dissonâncias fortes são usadas para dar impacto, criar dramaticidade e intensificar a expressividade musical.

Relação com a série harmônica

A explicação para a percepção de consonância e dissonância está na série harmônica, que ocorre naturalmente quando uma nota é tocada sozinha.

Além da sua frequência fundamental, outras frequências proporcionais ressoam com essa nota musical.

Os primeiros harmônicos correspondem a intervalos consonantes perfeitos (oitava, quinta e quarta). Harmônicos mais distantes dão origem às terceiras e sextas (consonâncias imperfeitas).

Intervalos que não aparecem de forma simples na série tendem a soar dissonantes, pois não coincidem com essa estrutura natural.

Podemos dizer que a acústica reforça a classificação tradicional, mas o uso musical varia conforme a estética de cada época e cultura.

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Foto de Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira

Redator Web com especialização em SEO e escrita para blogs e redes sociais. Estrategista de conteúdo. Músico, compositor e colecionador de LPs, CDs e DVDs. Toca guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Escreve para o Cifra Club desde abril de 2022.

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