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Dicas para formação de acordes de tríades e tétrades

Hoje vamos falar sobre a formação de acordes com tríades e tétrades. Nesse sentido, te daremos dicas eficazes para entender a simbologia das cifras e a montagem de acordes!

Músico tocando violão
Compreender a temática da formação de acordes é essencial para todos os músicos (Foto/Pexels)

Muitas pessoas que tocam guitarra, violão, teclado ou piano sentem dificuldade em lembrar o shape dos acordes, assim como sofrem para decorar suas nomenclaturas. Do mesmo modo, há dúvidas sobre a diferença dos acordes maiores para os menores, bem como o que são os números que aparecem nas cifras.

Neste artigo, você terá todas essas questões elucidadas e explicadas com dicas certeiras! Assim, será bem mais fácil memorizar o shape deles! Dê uma olhada no que será abordado por aqui:

  • Como estudar a formação de acordes?
  • O que são as tríades?
  • Tríades abertas e tríades fechadas
  • O que são as tétrades?
  • Formação de acordes com sexta
  • Inversões
  • Como treinar tríades e tétrades?

Bora lá saber mais sobre acordes?

Como estudar a formação de acordes?

Um acorde é formado por um conjunto de, pelo menos, três notas. A princípio, precisamos entender que essa combinação de notas não é aleatória. Elas são provenientes de uma escala e seguem uma estrutura de sobreposição intervalar.

Ou seja, os acordes de três notas são chamados de tríades. Já os acordes de quatro notas são conhecidos como tétrades.

Agora vamos entender o que são, de fato, tríades e tétrades?

O que são as tríades?

Uma tríade é uma estrutura composta por três notas sobrepostas em intervalos de terça. Esse é o principal conceito para entendermos a formação de acordes de tríades e tétrades. Existem quatro tipos de tríades. Vamos conhecê-las?

Tríade maior

Partindo da tônica, a nota fundamental, a primeira nota que vai ser sobreposta é a terça da tônica. Depois, sobrepomos a terça da terça, ou seja, a quinta da tônica

Vamos exemplificar isto com a escala maior natural de Dó. Veja:

Escala maior natural de Dó

Se pegarmos a nota Dó como tônica, a primeira nota a ser sobreposta é o Mi, pois ela é a terça em relação ao Dó. Nesse sentido, a próxima nota que vamos sobrepor é o Sol, por ser a terça em relação ao Mi e a quinta em relação ao Dó.

Portanto, a sequência de intervalos da tríade é formada por tônica, terça e quinta. Como resultado, temos um intervalo de dois tons da tônica para a terça, e um tom e meio da terça para a quinta.

Dessa forma, a sequência intervalar da tríade maior é: Tônica – Terça Maior – Quinta Justa. Essa é a tríade para montagem de acordes maiores.

Tríade menor

Agora, vamos usar a nota Ré como tônica. Nesse sentido, a primeira nota que vamos sobrepor é o Fá, pois ele é a terça do Ré. Desse modo, a próxima nota a ser sobreposta é o Lá, ou seja, a terça da terça ou quinta da tônica.

Por consequência, temos um intervalo de um tom e meio da tônica para a terça e dois tons da terça para a quinta.

Assim, a sequência intervalar da tríade menor é: Tônica – Terça Menor – Quinta Justa. A partir desta tríade, você faz a montagem de acordes menores.

Tríade diminuta

Do mesmo modo, a escala maior natural gera a formação de acordes com quinta diminuta.

Partindo da nota Si como tônica, a primeira terça sobreposta que temos é a nota Ré. O próximo intervalo de terça que vamos sobrepor é a nota Fá.  

Ou seja, continuamos com um intervalo de um tom e meio da tônica para a terça. Porém, o intervalo da terça para a quinta ficou agora com um tom e meio também.

Assim, temos a sequência intervalar de tríade diminuta da seguinte maneira: Tônica – Terça Menor – Quinta Diminuta.

Tríade aumentada

Para entendermos a formação de acordes de tríades com a quinta aumentada, podemos usar a escala menor melódica como exemplo.

Escala menor melódica

Por exemplo, tendo como tônica a nota Dó, a primeira sobreposição será a nota Mi, sendo a terça em relação ao Dó. A próxima nota que vamos acrescentar é o Sol#, terça do Mi e quinta de Dó.

Assim, temos um intervalo de dois tons da tônica (Dó) para a terça (Mi). Da mesma forma, esse intervalo de dois tons se repete da terça (Mi) para a quinta (Sol#).

Portanto, a sequência intervalar da tríade aumentada fica da seguinte maneira: Tônica – Terça Maior – Quinta Aumentada.

Tríades abertas e tríades fechadas

Quando tocamos a sobreposição de terças sequencialmente em uma mesma oitava, executamos uma tríade fechada.

Nesse sentido, o acorde de Dó maior no violão ou na guitarra é um exemplo de tríade fechada. A quinta corda na terceira casa é a nota Dó (tônica), enquanto a quarta corda na segunda casa é a nota Mi (terça maior). Por último, a terceira corda solta, Sol, é a quinta justa.

A tríade aberta é quando a sobreposição não está em sua forma sequencial, colocando um dos intervalos uma oitava acima. Assim, ao invés da sequência T – 3 – 5 (que pode ser feita na mesma oitava), tocamos a tônica, a quinta e por fim a terça.

Desse modo, a terça só poderá ser encontrada uma oitava acima da fundamental, sendo essa a característica das tríades abertas. 

O acorde de Dó maior também pode ser feito com a tríade aberta. Assim, a terceira casa da quinta corda é a nota Dó (tônica). A quinta casa da quarta corda é a nota Sol (quinta justa). Por fim, a quinta casa da segunda corda será a nota Mi (terça maior).

Nesse sentido, observe que a terça maior está uma oitava acima em relação à tônica Dó, e, além disso, haverá um salto de corda.

O que são as tétrades?

Conforme vimos anteriormente, uma tríade é formada pela sobreposição de dois intervalos de terça, gerando a montagem de acordes com três notas. 

Por sua vez, as tétrades acrescentam a sobreposição da terça da quinta, ou seja, a sétima em relação à tônica. Logo, temos a formação de acordes com quatro notas.

Desse jeito, a sequência intervalar da tétrade é: Tônica – Terça – Quinta – Sétima.

Para cada um dos quatro tipos de tríades, podemos acrescentar dois tipos de sétima para torná-las uma tétrade: a maior e a menor. Também é possível utilizar a sétima diminuta, porém esse será um intervalo que deve ser acrescentado exclusivamente na tríade diminuta.

Vamos conhecer cada uma delas:

Sétima maior

Agora, vamos acrescentar a sétima maior às tríades. Precisamos entender que a sétima maior se localiza meio-tom abaixo da oitava. Para isso, vamos voltar à escala maior natural de Dó.

Escala maior natural de Dó

Repare que a nota Si está meio-tom abaixo da oitava (Dó), enquanto é a sétima da tônica (Dó) e, ao mesmo tempo, a terça maior da quinta (Sol).

Portanto, o Si é a sétima maior da escala maior natural de Dó. Então, é só acrescentá-la às tríades maior, menor e aumentada. Como resultado, vamos ter as seguintes tétrades:

  • Tríade maior + sétima maior: Dó (tônica) – Mi (terça maior) – Sol (quinta justa) – Si (sétima maior). Acorde de C7M;
  • Tríade aumentada + sétima maior: Dó (tônica) – Mi (terça maior) – Sol# (quinta aumentada) – Si (sétima maior). Acorde de C7M(5+);
  • Tríade menor + sétima maior: Dó (tônica) – Mi bemol (terça menor) – Sol (quinta justa) – Si (sétima maior). Acorde de Cm7M;
  • Tríade diminuta + sétima maior: Dó (tônica) – Mi bemol (terça menor) – Sol bemol (quinta diminuta) – Si (sétima maior). Acorde de C°7M.

Sétima menor

A sétima menor está localizada um tom abaixo da oitava. Portanto, partindo da nota Dó, ela será o Si bemol. Nesse sentido, ela também é a sétima menor da tônica e a terça menor da quinta. Por conta disso, teremos as seguintes tétrades:

  • Tríade maior + sétima menor: Dó (tônica) – Mi (terça maior) – Sol (quinta justa) – Si bemol (sétima menor). Acorde de C7;
  • Tríade aumentada + sétima menor: Dó (tônica) – Mi (terça maior) – Sol# (quinta aumentada) – Si bemol (sétima menor). Acorde de C7(5+);
  • Tríade menor + sétima menor: Dó (tônica) – Mi bemol (terça menor) – Sol (quinta justa) – Si bemol (sétima menor). Acorde de Cm7.
  • Tríade diminuta + sétima menor: Dó (tônica) – Mi bemol (terça menor) – Sol bemol (quinta diminuta) – Si bemol (sétima menor). Acorde de Cø ou Cm7(5-), que deve ser lido como Dó meio-diminuto – ou semidiminuto.

Sétima diminuta

A sétima diminuta se encontra um tom e meio abaixo da oitava. Portanto, apenas a tríade diminuta pode se tornar uma tétrade com sétima diminuta. Confira:

  • Tríade diminuta + sétima diminuta: Dó (tônica) – Mi bemol (terça menor) – Sol bemol (quinta diminuta) – Si dobrado bemol (sétima diminuta). Acorde de Cº.

Formação de acordes com sexta

Temos que observar que a sétima diminuta pode ser considerada uma sexta maior. Assim, há uma enarmonia, ou seja, duas notas com nomes e escritas diferentes na partitura, mas que, na verdade, emitem o mesmo som.

Apesar disso, tanto as sextas quanto as sétimas têm funções diferentes na formação de acordes. Assim, a sexta composta (décima terceira) pode aparecer em um acorde com sétima como extensão, visto que ambas as notas não estão na mesma oitava.

Entretanto, é possível usar o intervalo de sexta na mesma oitava para substituir a sétima das tétrades maiores e menores. Dessa maneira, temos a montagem de acordes maiores e menores com sexta.

Os acordes com sexta mais utilizados são o maior com sexta maior e menor com sexta maior. Tendo como base a escala maior natural de Dó, e colocando a própria nota Dó como tônica, teremos a nota Lá como sexta maior. Desse modo, temos os acordes de C6 (Dó – Mi – Sol – Lá) e Cm6 (Dó – Mi bemol – Sol – Lá).

Como vimos, tríades e tétrades são formadas por notas oriundas de uma escala. Portanto, aprender formação de acordes vai te ajudar a entender campo harmônico.

Inversões

Quando a nota mais grave (baixo) da tríade ou da tétrade é a tônica, ela está na sua posição fundamental

No entanto, também podemos colocar as outras notas como as mais graves. Quando isso ocorre, teremos o que chamamos de inversões. Veja:

  • Primeira inversão: terça no baixo;
  • Segunda inversão: quinta no baixo;
  • Terceira inversão: sétima no baixo (no caso das tétrades).

Para cifrar um acorde invertido, basta utilizar uma barra ao lado do nome do acorde na posição fundamental. Veja os seguintes exemplos, tendo como base o C (Dó maior na posição fundamental):

  • C/E (Dó maior com baixo na terça);
  • C/G (Dó maior com baixo na quinta);
  • C/B (Dó maior com sétima maior na terceira inversão). 

No caso da terceira inversão, não é necessário adicionar o número 7 na tétrade, pois a sétima já está sendo indicada no baixo.

Como treinar tríades e tétrades?

Agora vamos colocar a teoria da formação de acordes em prática. Comece pelas escalas maiores para praticar as tríades maiores, menores e diminutas.

Escolha uma nota qualquer e a determine como tônica. Agora, comece a fazer a sobreposição de terças. Em seguida, treine as inversões. Ou seja, coloque a terça como baixo da tríade. Depois, coloque a quinta e, por fim, a sétima (no caso das tétrades).

Do mesmo modo, use as escalas menor melódica e menor harmônica para treinar a tríade aumentada.

No violão, é necessário mapear as tríades em várias posições ao longo do braço do instrumento. Portanto, estude em grupos de três cordas. Assim, localize as tríades usando a 6ª, a 5ª e a 4ª corda. Depois, a 5ª, a 4ª e a 3ª, e assim por diante.

Também dessa maneira, construa as tétrades no violão, usando estas três sequências:

  • Tônica – quinta – sétima – terça
  • Tônica – sétima – terça – quinta (utilize os conjuntos de cordas 6 – 4 – 3 – 2 e 5 – 3 – 2 – 1)
  • Tônica – terça – quinta – sétima

A terceira sequência vai gerar aberturas de dedo difíceis de executar, algumas até impossíveis dependendo do tom escolhido. Portanto, treine bem a primeira e a segunda antes de avançar, pois são as mais utilizadas no violão e guitarra.

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Foto de Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira

Redator Web com especialização em SEO e escrita para blogs e redes sociais. Estrategista de conteúdo. Músico, compositor e colecionador de LPs, CDs e DVDs. Toca guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Escreve para o Cifra Club desde abril de 2022.

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