Os tipos de bends que todo guitarrista deve dominar
Você quer deixar seus solos ainda mais interessantes e com sonoridade diferenciada? Então saiba que está no lugar certo. Neste artigo especial, vamos abordar os principais tipos de bends.

Eles podem ser aplicados principalmente na guitarra e no violão, porém nada impede que as técnicas sejam utilizadas em outros instrumentos de cordas, incluindo o baixo.
Quantos tipos de bends na guitarra e no violão você conhece?
Em primeiro lugar, é importante salientar que o bend é uma das principais técnicas de guitarra e violão, podendo ser usado de muitas maneiras. Pense no seu solo favorito de todos os tempos – aposto que ele contém muitos bends! Nesse sentido, dominar as variadas formas da técnica é importante para qualquer instrumentista.
Aqui, selecionamos os tipos de bends mais utilizados pelos principais músicos do mundo. Provavelmente você já conhece alguns, mas temos a certeza de que outros serão novidade. E aí, preparado? Então vamos lá!
Bend
Antes de tudo, se você não sabe o que é bend, aqui vai uma explicação bem simples. A técnica de bend consiste em “empurrar” a corda apertada para cima ou para baixo, saindo da nota original para atingir outra mais aguda. Esse tipo de bend é o mais popular e fácil de executar.
Os bends são um dos maiores recursos que o guitarrista pode utilizar para imprimir emoção em seus solos. Além disso, eles podem ser de variados tons: ¼ , ½ , 1, 1½ e até 2 tons. Uma música repleta de bends em seu tema principal é Still Got the Blues, do saudoso Gary Moore.
O grande desafio do bend, no entanto, está na afinação. Em outras palavras, o guitarrista deve se preocupar em acertar a nota alvo em cheio, sem desafinar. Para isso, aqui vai uma dica bacana de treino:
- considerando a escala pentatônica de Am, toque a 5ª casa da corda B (nota E).
- memorize essa nota. Agora, faça um bend de um tom partindo da 7ª casa da corda G (nota D).
- você deve parar de levantar a corda quando atingir a nota que memorizou.
Vá fazendo bends e comparando as duas notas até você conseguir afinar perfeitamente.
Para complementar o assunto, aqui está um vídeo bastante explicativo sobre a técnica simples de bend:
Bend release
O bend release nada mais é do que o bend simples que retorna à nota de origem. Ou seja, o guitarrista faz dois movimentos: empurra a corda até atingir a nota alvo e depois volta à nota original. Essa técnica dá um efeito muito bacana a qualquer solo. Experimente variar a velocidade do bend release – quanto mais devagar, mais “tensão” será gerada.
Um grande exemplo de música famosa que contém a técnica de bend release é Estranged, do Guns N’ Roses. Assista ao vídeo abaixo e repare na primeira intervenção de guitarra da canção (de 0:36 a 0:58), pois Slash faz o bend release diversas vezes. Aliás, diga-se de passagem: o guitarrista do Guns é um mestre quando o assunto é bend!
Reverse bend
Essa variação também é conhecida como pré-bend. Em síntese, trata-se de, sem tocar a corda, empurrá-la até chegar a uma determinada nota mais aguda. Só depois você deve dar a palhetada e fazer o movimento de retorno à nota original. Ou seja, seria apenas o segundo movimento do bend release. Falando nisso, confira este vídeo explicando as duas técnicas:
A dificuldade do reverse bend consiste em atingir a nota alvo sem ouvi-la. Em um primeiro momento, pode parecer complicado, mas não se preocupe: com um pouquinho de treino, a sua “memória muscular” garantirá que a técnica seja corretamente aplicada.
Um dos maiores exemplos da sonoridade do reverse bend é o solo de introdução da música Something, dos Beatles. Repare que a segunda nota do solo (0:02 do vídeo abaixo) é justamente o reverse bend, que conta com um som bastante particular e interessante.
Bend em uníssono
Essa técnica é uma das marcas registradas do rock and roll. Basicamente, consiste em tocar duas notas em cordas diferentes, dando o bend em apenas uma delas para que ambas as notas se equiparem.
Confuso? Calma, é muito fácil. Veja só: novamente na pentatônica de Am, toque juntas estas duas notas: a 5ª casa da corda B (nota E) e a 7ª casa da corda G (nota D), levantando a corda G até uma nota se igualar à outra.
Repare como a técnica dá um efeito diferenciado ao som, tornando-o mais poderoso e cheio. As primeiras notas de Train Kept a Rollin’, do Aerosmith, são tocadas com bend em uníssono, por exemplo. Confira no vídeo abaixo. Muito legal!
Bend duplo
Como sugere o nome, o bend duplo ocorre quando o guitarrista dá bends em duas notas ao mesmo tempo. Logicamente, as notas devem estar em cordas diferentes. É uma técnica muito presente no rock, blues e country, cuja sonoridade enriquece qualquer solo ou improvisação musical.
Um bom exemplo de bend duplo está presente na famosa canção Rock ‘N’ Roll Star, do Oasis. No vídeo a seguir, repare na guitarra-solo logo depois que a bateria e o baixo começam a tocar (trecho de 0:14 a 0:21) – esse lick é feito com bend duplo. Animal o som, né?
Bends misturados com outras técnicas
Depois que você dominar os principais tipos de bends explicados acima, experimente misturá-los com outras técnicas. Não há regra, o céu é o limite! Por exemplo, é possível fazer um vibrato ao mesmo tempo em que você levanta o bend.
Definitivamente, essa combinação de técnicas dá um efeito agressivo e “nervoso” a qualquer solo, tanto é que é usada por muitos guitarristas renomados. Do mesmo modo, experimente executar um slide e logo depois emendar um bend – esse é um dos segredos do fraseado de Mateus Asato, como ocorre neste vídeo:
Enfim, futura lenda da guitarra, quando estamos falando de música e expressão, não há limites para a criatividade!
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Por hoje, é só. Um abraço e muitos bends!
Fernando Paul
Jornalista musical, com mais de 10 anos de experiência na área. Toca guitarra, violão e baixo, além de estudar mixagem de áudio. Já acompanhou cantores, tocou em casamentos e integrou bandas de rock e grupos de louvor. Escreve para o Cifra Club desde novembro de 2021.