Carole, eu me lembro de você
Boneca queimada, boneca desperdiçada
Seu vestido gruda na sua pele que flui sobre seus ossos necrosados

As massas de carne se descascam
As mudas apertam nossos músculos
Ao esperar as moscas
Eu abri bem minha boca
Engoli todo o enxofre

Boneca estapeada, boneca amarrada
Edema enxertado, tecidos acinzentados
Estou com dor mamãe, meu corpo treme
Carole, quando você me inveja eu desisto, eu sei, o mal se cala
Eu me destruo, nossas dores saciadas com exsudação de plasma
Carole quer brincar de carbonizada
Comecemos a descida, a água assassina rola com relaxamento
Ao redor da minha coxa brasa a casca de fogo

Carole, a água conserta o náilon, meu corpo treme, eu sei, o mal se cala
Carole quer brincar, eu sei que o mal se cala, Carole quer brincar
A água conserta o náilon sobre nossas peles
Pendurando as descamações

Dê-me sua idade
Dê-me sua idade
Dê-me sua idade
Dê-me sua idade
(Não vou mais esquecer)
Dê-me sua idade
(Não vou mais reclamar)

Dê-me sua idade
Dê-me sua idade
Dê-me suas mãos
(Não vou mais fugir de você)
Toda a película do seu ser se fundiu neste banco
Anaplastia do couro da sua cabeça sobre o seu rosto de menininha

Como uma besta, ela é incompleta
Seus cabelos sempre voltam a crescer
Mas nas suas bochechas

As massas de carne se descascam
As mudas apertam nossos músculos
Ao esperar as moscas
As massas de carne se descascam
As mudas apertam nossos músculos
Ao esperar as moscas
Eu abri bem minha boca
Engoli todo o enxofre

Tenho seis anos, meus curativos apodrecem
Repletos de sangue
Mas quem nos faz isso?
Que faz minha perna cair
Eu sei que o mal se cala