Am                  Am/G
Arte ingrata! E conquanto, em desalento
           F                      E  E7
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda
Am                         Am/G
Busca exteriorizar o pensamento
              F                 E E7
Que em suas frontais células guarda! (E aguarda!)

Am                        Am/G
Tarda-lhe a Ideia! A inspiração lhe tarda!
            F                E       E7
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento
Am                           Am/G
Como o soldado que rasgou a farda
         F                E  E7
No desespero do último momento

Am         Am/G         B7(9-)   E7
Tenta chorar e os olhos sente enxutos!
   Am                       F
É como o paralítico que, à míngua
                           E7
Da própria voz e na que ardente o lavra

            Am     Am/G       B7(9-)    E7
Febre de em vão falar, com os dedos brutos
 Am                          F
Para falar, puxa e repuxa a língua
                E7          Am    Am/G  F  E7
E não lhe vem à boca uma palavra!

           Am      Am/G F E7  
Nenhuma palavra!
         Am           Am/G
É um martírio! É um martírio!
        B7(9-)     E7
É o martírio do artista!
         Am           Am/G
É um martírio! É um martírio!
         F         E7    Am  Am/G  F  E7  
É o martírio do artista!