Os modos gregos são um grupo de escalas que possuem características particulares, muito utilizadas na música modal medieval e, atualmente, na música tonal popular.

Essa abordagem está presente em diversos estilos musicais, e conhecer seus fundamentos ajuda na criação musical, no uso de escalas musicais e elaboração de harmonias. Bora nessa!

Aprenda o que são modos gregos e qual sua função na música

É comum confundir conceitos quando se fala em modos gregos. Historicamente, eles eram escalas usadas em diferentes regiões da Grécia Antiga e recebiam nomes baseados nessas regiões, como dórico, frígio e lídio.

Contudo, essas escalas não correspondem diretamente àquelas que chamamos de modos gregos na música atual.

Na verdade, os utilizados hoje são modos litúrgicos modernos, adotados a partir da música modal medieval.

Eles mantiveram os nomes antigos, mesmo com uma estrutura diferente, sistematizados principalmente a partir do canto gregoriano.

Na prática moderna, os modos gregos funcionam como escalas derivadas da escala maior, em que cada grau gera um modo diferente.

Uma mesma sequência de notas pode produzir diferentes modos, dependendo da nota que se usa como ponto de partida.

Cada um tem sua sonoridade, com notas características que determinam o tipo de acorde que ele forma. O uso dessas escalas sozinhas não torna uma música modal.

Muitas vezes essas escalas são usadas em contextos de harmonia tonal, a música modal tem a sua própria linguagem que é bem diferente da linguagem da música tonal.

A seguir, veja como os modos se organizam dentro da escala maior, suas notas características e os acordes que formam.

Conheça os 7 modos gregos

Os modos gregos modernos são uma ferramenta importante para quem deseja expandir o vocabulário harmônico e melódico.

Ao compreender como cada modo se forma, é possível aplicar esse conhecimento na improvisação, composição e análise musical.

No total existem três modos gregos que são maiores (com a terça maior) e quatro que são menores (com a terça menor).

1. Primeiro grau: modo jônio

O modo jônio corresponde à própria escala maior. Ele é usado em músicas que seguem a harmonia tonal tradicional.

Começando da primeira nota da escala, ele forma um acorde maior com sétima maior (X7M). As notas características do jônio são a quarta justa (4J) e a sétima maior (7M).

2. Segundo grau: modo dórico

O modo dórico é construído a partir do segundo grau da escala maior. Ele é bastante utilizado no jazz, na música modal e em estilos que buscam uma sonoridade mais aberta e menos tonal.

Ele forma um acorde menor com sétima menor (Xm7). Sua nota característica é a sexta maior (6M), que o diferencia do modo eólio.

3. Terceiro grau: modo frígio

O modo frígio começa no terceiro grau da escala maior. Ele também forma um acorde menor com sétima menor (Xm7), mas apresenta como notas características a segunda menor (9m) e a quinta justa (5J).

Sua sonoridade é associada a músicas com influência espanhola ou flamenca, devido à tensão gerada pela segunda menor.

4. Quarto grau: modo lídio

O modo lídio tem início no quarto grau da escala maior, e aparece com frequência no jazz fusion e na trilha sonora de filmes e séries.

Ele forma um acorde maior com sétima maior (X7M). Sua nota característica é a quarta aumentada, que cria uma sensação de suspensão e instabilidade.

5. Quinto grau: modo mixolídio

O mixolídio parte do quinto grau da escala maior. Ele forma um acorde maior com sétima menor (X7), e sua nota característica é a sétima menor (7m).

Esse modo é comum no blues, rock, baião e funk, especialmente em progressões de acordes que mantêm a tensão sem resolução.

6. Sexto grau: modo eólio

O modo eólio é também conhecido como escala menor natural, muito utilizado em músicas com caráter melancólico ou introspectivo.

Ele começa no sexto grau da escala maior e forma um acorde menor com sétima menor (Xm7). Suas notas características são a nona maior (9M) e a sexta menor (6m).

7. Sétimo grau: modo lócrio

O modo lócrio tem como ponto de partida o sétimo grau da escala maior. Ele forma um acorde meio diminuto (Xm7(5-)), devido à quinta diminuta (5dim).

Suas notas características incluem a segunda menor (9m), a sexta menor (6m) e a quinta diminuta (5dim).

Entre todos os modos gregos modernos, o lócrio é o único que apresenta um trítono entre a fundamental e a quinta, o que o torna instável e pouco usado como centro tonal.

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