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O que é jazz? Conheça esse histórico gênero musical

Explore os segredos do jazz em uma jornada através da improvisação, do ritmo e da incrível criatividade musical!

Ao longo da história, o jazz se infiltrou em vários estilos musicais. Por exemplo, diversos artistas da MPB utilizaram estruturas harmônicas influenciadas pelo estilo estadunidense. Além disso, ritmos latinos, como a salsa, também incorporaram elementos do jazz. Até mesmo em certas vertentes do rock, é possível detectar sua influência. No entanto, muitas pessoas não sabem o que é jazz.

Louis Armstrong tocando trompete sorrindo olhando para o lado
Louis Armstrong é um dos nomes mais importantes da história do jazz (Foto: Herbert Behrens/Anefo)

Por outro lado, tem gente que pensa que jazz é tudo igual, desconhecendo toda a evolução do gênero e as vertentes surgidas com o tempo.

A verdade é que o jazz continua influente atualmente. Tanto é que artistas como Bob Dylan e Paul McCartney lançaram álbuns de cover de standards de jazz não faz muito tempo. Sem falar de artistas mais novos com nítida influência jazzística. Então, bora lá aprender, de fato, o que é jazz?

A origem do jazz

Os africanos escravizados cantavam músicas enquanto trabalhavam nas plantações de algodão nos Estados Unidos. Essas manifestações musicais geraram estilos como as worksongs, o field holler, spirituals e o gospel.

Em todos eles, as letras falavam sobre o cotidiano desses africanos na América. Além disso, elas traziam características típicas dos cânticos de regiões africanas de onde eles vinham, como improvisação, ritmo, organização do coro e melodia.

Com a abolição da escravidão no país, começou a acontecer uma mescla de diferentes manifestações das músicas dos afro-americanos com a cultura europeia.

Assim sendo, no final do século XIX, mais especificamente na cidade de Nova Orleans, surge o jazz, um novo gênero musical resultante dessa miscigenação cultural.

Muitos historiadores defendem que quem criou o jazz foi um cornetista neto de escravizados, chamado Buddy Bolden. Ele teria misturado o ritmo sincopado do ragtime com o blues, dois estilos que também começaram a se desenvolver na virada para o século XX.

Como se define o jazz?

Para definirmos o que é jazz, temos que entender como certos elementos da música funcionam dentro desse estilo. Bora lá?

Improvisação

A improvisação é a principal característica do jazz. Na maioria das vezes, o jazz tem um tema melódico que se estrutura sobre uma progressão de acordes. No entanto, essa melodia não se desenvolve em verso e refrão, como no rock e em outros estilos, mas em seções, por exemplo: A B A, A B A C etc.

Assim sendo, o tema melódico é tocado uma ou duas vezes na música. Na sequência, um instrumento solista, como um piano ou algum instrumento de sopro, por exemplo, começa a improvisar sobre a progressão de acordes desse tema.

Dessa forma, o jazz proporciona uma sensação de espontaneidade e originalidade, permitindo que os músicos se expressem de forma única a cada performance.

Ritmo e swing

O ritmo tercinado é o que nos dá a sensação de swing no jazz. Isso acontece devido ao ritmo no jazz trabalhar com duas colcheias. A primeira é prolongada, e a segunda é mais curta.

Dessa forma, o prolongamento da primeira colcheia seria a ligadura das duas primeiras notas de uma tercina.


Harmonia

O jazz costuma utilizar harmonias repletas de dissonâncias e acordes estendidos. Assim sendo, o jazz traz não apenas uma riqueza harmônica, mas também improvisações mais rebuscadas, com o uso de escalas e técnicas mais complexas.

Além disso, o jazz explora variações harmônicas com progressões de acordes bastante desafiadoras.

Instrumentação

Outro fundamento importante para entendermos o que é jazz é saber quais são os instrumentos musicais mais utilizados no gênero. 

Uma das características do jazz é a predominância dos instrumentos de sopro. Nesse sentido, dentro dessa categoria, temos três dos principais instrumentos de jazz.

O primeiro deles é o trompete, cujo maior expoente foi Miles Davis.

Talvez o instrumento de sopro com mais predominância no jazz seja o saxofone. Charlie Parker foi seu representante mais emblemático.

O trombone adiciona profundidade à sonoridade jazzística. Nesse sentido, J.J. Johnson é lembrado por suas contribuições ao jazz moderno.

Embora tenha sido mais popular nas primeiras décadas do jazz, o clarinete desempenhou um papel importante no desenvolvimento do gênero. Assim, músicos como Benny Goodman contribuíram para a popularização do clarinete no jazz.

Mas o jazz não vive só de instrumentos de sopro. Assim sendo, o piano é um dos pilares do estilo. Pianistas como Duke Ellington, Thelonious Monk e Bill Evans moldaram a evolução do gênero.

Por fim, nomes como do baterista Buddy Rich e dos guitarristas Django Reinhardt e Charlie Christian também fizeram seus instrumentos se destacarem dentro do jazz.

Tipos de jazz

Para entendermos mais profundamente o que é jazz, precisamos conhecer as diferentes vertentes do estilo. Confira:

Swing jazz

Vertente do jazz que surgiu nos anos 30 e que popularizou o gênero quando começou a ser tocado nas rádios. Billie Holiday é uma das maiores expoentes do swing jazz.

As big bands foram muito populares nos anos 30 e 40 dentro do swing jazz, com média de 12 a 25 músicos.

Assim sendo, a formação mais comum de uma big band é:

  • 2 saxofones altos
  • 2 saxofones tenores
  • 1 saxofone barítono
  • 1 ou 2 saxofones sopranos
  • 3 trombones tenores
  • 1 trombone baixo
  • 1 guitarra
  • 1 contrabaixo
  • 1 piano
  • 1 bateria

Glenn Miller teve uma das maiores big bands da época.

Bebop

Ao contrário das big bands, o bebop se constitui de trios e quartetos. Além disso, essa vertente se caracteriza por seus ritmos complexos. Seu fraseado é rápido e agressivo, exigindo um nível técnico instrumental bem elevado para ser executado.

Charlie Parker é um dos músicos mais representativos dessa vertente do jazz.

Hard bop

Uma ramificação muito importante para se entender do jazz é o hard bop, que é uma espécie bebop mais agressivo. Ele surgiu contra o cool jazz, uma vertente com uma sonoridade mais tranquila.

Charles Mingus enveredou por esse tipo de jazz.

Cool jazz

Como vimos, a turma do cool jazz é diferente do pessoal do bebop. Dessa maneira, o cool jazz se caracteriza por ter andamentos mais lentos e linhas melódicas com menos notas que o bebop e o hard bop.

Chet Baker é um ótimo representante do cool jazz.

Soul jazz

É o hard bop mesclado com blues, gospel e R&B. Geralmente, o soul jazz era composto por trios de órgão, saxofone e bateria, onde o organista fazia o baixo nos pedais do órgão.

Ray Charles passeou por esse estilo.

Free jazz

O free jazz acentua os principais elementos que precisamos para entender o que é jazz. Ou seja, suas harmonias são bem complexas, com muito uso de dissonâncias. Assim sendo, os improvisos ficam longos e com um fraseado rebuscado.

Albert Ayler foi um dos maiores expoentes desse tipo de jazz.

Fusion

É o encontro do jazz com o rock e o funk no final dos anos 60. Seu período áureo se dá nos anos 70.

A Mahavishnu Orchestra é um dos mais influentes nomes do fusion.

Jazz latino

É o jazz com influências de ritmos latinos, como salsa, merengue e mambo. Poncho Sanchez é referência no jazz latino.

Jazz no Brasil

Podemos dizer que a bossa nova é um estilo musical jazzístico surgido no Brasil. Assim sendo, a bossa traz estruturas harmônicas muito semelhantes ao jazz estadunidense e mescladas com o samba. Além disso, ela também abre espaço para o improviso tão característico do jazz.

Qual a diferença entre jazz e blues?

Uma boa maneira para entender o que é jazz é compará-lo ao blues. Assim sendo, ambos são estilos musicais que têm um forte apelo na improvisação.

No entanto, no blues, a improvisação respeita uma estrutura harmônica e rítmica. Além disso, o blues usa muito as escalas pentatônicas e a escala blues.

No jazz, a improvisação é livre e utiliza vários tipos de escala, como os modos gregos e as escalas maiores e menores, entre outras.

Além disso, o blues se apoia em harmonias e melodias que, juntas, formam sonoridades que definem o gênero. O jazz, apesar de trazer um tema melódico, tem na improvisação sua principal característica.

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Foto de Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira

Redator Web com especialização em SEO e escrita para blogs e redes sociais. Estrategista de conteúdo. Músico, compositor e colecionador de LPs, CDs e DVDs. Toca guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Escreve para o Cifra Club desde abril de 2022.

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