O que é blues: conheça as características do histórico gênero musical
Você sabe, de fato, o que é blues? Neste artigo, te contaremos quais são os fatores que mais caracterizam este gênero musical.
Praticamente todas as pessoas que amam ouvir música ou tocam um instrumento têm uma conexão com o blues em algum momento da vida. Afinal, essa sonoridade centenária tem características únicas, que serviram como base para vários outros gêneros importantes. No entanto, muitos ainda não sabem exatamente o que é blues.
Nesse contexto, o artigo de hoje tem como objetivo apresentar as principais características do blues. Em outras palavras, explicaremos os aspectos que tornam o gênero tão único e cativante.
Assim, você compreenderá a importância da sonoridade para a história da música mundial e de que forma ela pode enriquecer o seu vocabulário como instrumentista.
Curtiu a proposta? Então, vamos descobrir o que é blues de uma vez por todas!
Quais são as características do blues?
Afinal, o que caracteriza um blues? Antes de mais nada, precisamos relembrar um pouquinho da história do gênero. O blues nasceu no final do século XIX, nos Estados Unidos. Em sua essência, traz a mistura de hinos religioso com o grito de lamentação do povo negro, explorado nas plantações de algodão do sul do país.
Nesse sentido, a sonoridade surgiu com formatação simples, basicamente voz e acompanhamento de palmas. No entanto, ao longo das décadas e com a popularização do gênero, o blues ganhou diferentes estilos, incluindo variados instrumentos e estruturas.
Assim, podemos dizer que nem todo blues é igual, mas há aspectos importantes que viraram marca registrada desse tipo de som. Em seguida, detalhamos as essenciais características do blues para você!
Improviso
Primeiramente, o improviso é uma das principais características do blues. Na guitarra blues, os solistas utilizam principalmente a escala pentatônica, com a adição de um tempero muito especial: a blue note. Na pentatônica maior, trata-se da terça bemol. Já na penta menor, é a quinta bemol.
Ao mesmo tempo, são amplamente utilizadas técnicas como vibratos, slides e bends. Acima de tudo, um guitarrista de blues deve apresentar sensibilidade, pegada e dinâmica
Instrumentos
Nas bandas de blues, são muito comuns bateria, guitarra elétrica, violão, baixo, teclado e gaita, entre outros instrumentos musicais.
Via de regra, guitarristas, tecladistas e gaitistas se transformam em protagonistas ao executarem solos improvisados. Paralelamente, a bateria e o baixo seguram a base, variando a dinâmica conforme a necessidade do momento.
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Estrutura harmônica
Sem dúvida, a estrutura harmônica é uma das principais marcas registradas do blues. Muitas vezes, apenas três acordes são utilizados em toda a faixa. Por exemplo, o primeiro, o quarto e o quinto grau.
Em um blues clássico de 12 compassos, a seguinte ordem é muito recorrente:
- 1º grau
- 4º grau
- 1º grau
- 5º grau
- 4º grau
- 1º grau
- 5º grau
Além disso, é comum todos os acordes serem maiores e com a adição de sétima, mas há várias canções de blues em tonalidade menor também.
Turnarounds
A estrutura mostrada no tópico anterior é cíclica. Ou seja, se repete indefinidamente. Porém, como um ciclo é ligado ao outro? Justamente pelos chamados turnarounds.
Os turnarounds do blues são nada mais do que trechos de passagens, que finalizam no 5º grau e preparam a volta do cíclico harmônico. Nesse contexto, é comum os instrumentos tocarem licks específicos, com direito a cromatismos e cordas soltas.
Pergunta e resposta
Uma das principais características do blues, a “pergunta e resposta” (call and response) consiste em uma estruturação melódica na qual a segunda frase é uma resposta direta à anterior.
Trata-se de um elemento básico da cultura musical africana, que deu origem ao blues. Essas frases vocais também costumam conter muitos melismas, principalmente nas finalizações.
Nos solos de guitarra e teclado, esse aspecto de “pergunta e resposta” também se faz muito presente, incluindo licks complementares e pequenos “duelos” entre os músicos.
Ritmo
Por outro lado, não podemos esquecer a importância do aspecto rítmico no blues. Esse elemento é bem marcado, forte e preciso. Assim, um baterista de blues, por exemplo, precisa ter pegada firme. Enquanto isso, o baixista pode executar uma linha tipo walking bass para gerar o groove tão característico do blues.
O chamado shuffle, muito presente na sonoridade, pode ser definido como uma sensação rítmica específica da colcheia tercinada, pois a nota do meio não é tocada. Ou seja, só a primeira e a terceira nota da tercina são executadas, gerando a levada tão especial.
Temática das letras
Conforme mencionamos anteriormente, as letras dos artistas de blues pendem para o lado do sofrimento e da lamentação, abordando temas como exploração trabalhista e racismo. Isso se deve diretamente à origem do gênero. Porém, não deixam de transparecer força, resistência e esperança.
Em sua versão mais popular, o blues reflete essa melancolia em temas do dia a dia, principalmente as relações amorosas. Dessa forma, não é raro ouvir músicas de blues cujo eu lírico é traído pela companheira, por exemplo. Muitas vezes, a temática é abordada com bom humor.
Por exemplo, o saudoso B. B. King era famoso por contar histórias engraçadas em seus shows, sempre fazendo um paralelo com as letras das faixas apresentadas.
Qual a diferença entre blues e jazz?
Agora que você compreendeu as características do blues, arriscaria listar as diferenças em relação ao jazz? Muita gente acaba confundindo esses dois gêneros musicais, mas cada um tem a suas particularidades. Então, vamos entender melhor essa questão!
Assim como o blues, o jazz também foi gerado pela comunidade negra dos Estados Unidos. Muitos consideram que o blues é antecessor ao jazz, mas não há unanimidade nessa questão.
Ambos os ritmos contam com intensa improvisação, mas de forma distinta. No blues, os solistas entram em determinados pontos da música, sempre respeitando a estrutura harmônica e rítmica.
Por outro lado, os solos no jazz são muito mais livres. Aliás, não é raro os músicos improvisarem juntos por longos períodos, mudando completamente a formatação do arranjo inicial.
Ao mesmo tempo, a harmonia e a melodia do blues são mais básicas e facilmente compreensíveis, enquanto o jazz entrega sonoridades complexas em ambos os elementos. Além disso, o jazz também costuma contar com maior variedade de instrumentos, incluindo os de sopro.
Por fim, o jazz tem a tendência de funcionar muito bem de forma totalmente instrumental, enquanto o blues é mais popular em versão cantada.
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E aí, foi legal absorver esses novos conhecimentos? Definitivamente, o blues é um gênero musical riquíssimo, além de um dos principais pilares de conhecimento para qualquer instrumentista.
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Fernando Paul
Jornalista musical, com mais de 10 anos de experiência na área. Toca guitarra, violão e baixo, além de estudar mixagem de áudio. Já acompanhou cantores, tocou em casamentos e integrou bandas de rock e grupos de louvor. Escreve para o Cifra Club desde novembro de 2021.