Para alguém sou o lírio entre os abrolhos
E tenho as formas ideais de Cristo
Para alguém sou a vida e a luz dos olhos
E, se na terra existe, é porque existo
Esse alguém, que prefere ao namorado
Cantar das aves minha rude voz
Não és tu, anjo meu idolatrado!
Nem, meus amigos, é nenhum de vós!
Quando, alta noite, me reclino e deito
Melancólico, triste e fatigado
Esse alguém abre as asas no meu leito
E o meu sono desliza perfumado
Chovam bênçãos de Deus sobre a que chora
Por mim além dos mares! Esse alguém
É de meus olhos a esplendente aurora
És tu, doce velhinha, ó minha mãe!
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