Um sangue que escorre
Eu vejo de cima da Consolação
É tempo de morte
De fechar esquinas
Fechar o cerco com cordão
Um cordão cinza bem apertado
Não deixa passar nenhum fiapo
De riso, de entrega, de berro, de grito, de corpo
Pela liberdade
Era um, era dois
Eram mil homens de escudo
Era um, era três
Eram trinta homens sem escrúpulos
Era só uma menina
Eram meninos e meninas
Com pés no chão com razão
Tentaram correr
Pegou mais um
Joelhos ao chão
Bala, bala, bala, bala nele
Mãos para cima
Tapa na cara
Arrastão, arrastão, arrastão
A lágrima escorre
A gente escora
É tempo de acorde
Acordos se quebram ao meio sem explicação
É tempo de arte
Deixar a ferida aberta
De falar sobre tudo, tudo tudo
Tudo que nos encoberta
É tempo de acorde
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