Vou cavalgando nas estradas do meu pago
Vou procurando numa curva me encontrar
E os pensamentos que na minha mente trago
Por vezes forçam o meu flete a galopar
Trago no peito mil temores escondidos
Mas sempre vinga uma esperança a me guiar
Sei que o viver de um pobre peão sempre é sofrido
E que algum dia nova aurora vai brotar
Vida de peão
Sonho e labuta
Herança bruta traduzida no cantar
Amor ao chão, pobreza, luta e ansiedade
Busca intensa da verdade
Pralgum dia se encontrar
Dos mil repontes nestas estradas
De gados, sonhos espelhados na canção
Restam apenas as lembranças estraviadas
Que às vezes vem frestear às portas do galpão
No pampa imenso o pensamento cruza os montes
Estravazando num eterno reviver
Olhos andejos que vislumbram horizontes
Campeiam sempre pra encontrar razão de ser
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