Grandes tempos os de hoje que eu vivo
Sobrevivo num sem tempo de sonhar
Pelas portas eu me faço fugitivo
Nas estradas pelo mundo a andejar
Fisgo a saudade nas correntes das paixões
Sorvo emoções a cada trago de canção
Mesclando ao tempo tão intenso de estações
Vou em passo certo ao fundo do meu coração
Não sinto cercas que me prendam ao que fui
Pois se dilui a minha vida ao caminhar
E só a estrada, sem destino, me possui
Que o peregrino não se pode aprisionar
São tantos cantos, tanta estrada por aí
Soltas ao vento, feito plumas pelo ar
Pra quem é livre não há lá e nem aqui
Tudo é sem tempo, tanta gente ou lugar
Se assim seguimos entre a flor e a espada
Nós somos nada, nem sementes do vazio
Se resta um grito na garganta já calada
Nós somos como as águas: Diferente em cada rio
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