Por onde o trote do cavalo me deixava
Eu olhava bem ao longe o horizonte
E há que conte que o Sol se engarupava
Bem sobre as ancas das coxilhas e dos montes
Enquanto a noite mesclava-se à escuridão
No coração ia amainando minhas penas
Umas ventenas, outras manchas de ilusão
Dos muitos sonhos que a saudade não amena
Num upa vou
E neste trote sou
Como este que a saudade me ensinou
Ia no passo desse estranho desencontro
Como se um conto a natureza me pregasse
E arrematasse as minhas ânsias, sonhos outros
Que nem o escuro deste tempo os matasse
Assim eu sigo como a estampa desta tarde
Mas sem alarde vou vivendo um renascer
E, se este pingo me atrase ou retarde
Sigo trotando até um novo amanhecer
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