Parte 1 - Devassidão
Fez-se a vítima, pobre diabo
a arrancar as feridas em busca da dor.
Contempla as chagas que cultiva
qual jardim infértil.
"Semear frustrações, colher agonias",
qual danaídes no inferno de seu sorriso pálido.
Arrasta os passos através dos dias,
falso néscio viciado em esqueçer,
sedentário até para morrer,
que inexistente sem sombra no escuro.
Decrépito gosto por mastigar pregos...
Fez-se vítima, pobre diabo.
"Heterogenia" justifica para si mesmo
"Fraqueza" diz a voz que não se cala.
Triste figura, condenada aceita:
Do pó veio, pulvéreo será.
Devassidão
Parte 2 - Mundanidade
Fez-se algoz, alma infeliz,
a salivar sobre a carne alheia.
Enfia os dedos, pulsa e alicia
um sem fim de vícios.
Iconoclasta, ainda assim idólatra,
serve o suór como comunhão lasciva.
Rastejando ao teu leito
em antropofágica volúpia,
aqueçe teu corpo, tal herege das sombras,
que surge como desaparece.
A beijar teu medo, afagar teu pecado...
Fez-se algoz, alma infeliz,
"Minto por mentir, cuspo por cuspir",
ainda assim vem e se deita.
Triste figura, extasiada aceita:
Do pó veio, pulvéreo será.
Mundanidade
Parte 3 - Canto Final.
Fez-se algoz, alma infeliz,
Fez-se a vítima, pobre diabo
Tenha acesso a benefícios exclusivos no App e no Site
Chega de anúncios
Badges exclusivas
Mais recursos no app do Afinador
Atendimento Prioritário
Aumente seu limite de lista
Ajude a produzir mais conteúdo