Eu já estive no topo do mundo
Mergulhei em um buraco negro profundo
Cruzei rios que nunca desaguei
Nunca tive os pés no chão, ah, isso hoje eu sei!
Habitei paredes pintadas com puro ouro
Dia após dia corroí meu tesouro
Com todos convivia, mas eu nunca me encontrei
Me servi de prazeres e confesso que abusei!
Hoje sorrio sem dentes para um espelho
Quebrado ao meio e cego do meu olho esquerdo
Suplico o metal que esvai em seus dedos
Todos agora fingem não me conhecer
Não tenho banquetes para lhe satisfazer
Não existe ternura ou um pingo de afeição
Não existe ternura ou um pingo de afeição
Estive no topo do mundo
Hoje rastejo no chão!
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