Arranjos em violão fingerstyle: tudo o que você precisa saber
Aprenda técnicas para criar melodias, baixos e acordes!
Os arranjos em violão fingerstyle tem se tornado muito populares e atraído uma grande atenção de fãs das seis cordas. Eles apresentam uma forma de tocar que combina técnica, criatividade e individualidade.
No violão fingerstyle, o músico utiliza os dedos para dedilhar as cordas de forma independente, criando melodias, baixos e acordes simultaneamente.
Quer aprender mais sobre essa técnica e como aplicá-la em seus próprios arranjos? Então, você está no lugar certo. Vamos lá!
Aprenda arranjos em violão fingerstyle
O termo fingerstyle pode se referir tanto a uma técnica de tocar violão com os dedos (da mão direita para destros e esquerda para os canhotos), quanto a um estilo específico no violão popular.
Para entender o conceito, é importante explorar essas duas perspectivas.
O fingerstyle como técnica
Desde a criação do violão, os músicos utilizam os dedos da mão para tocar as cordas, o que é o fingerstyle, por definição.
Essa abordagem permite uma maior independência entre as vozes, possibilitando a execução de melodias e acompanhamentos ao mesmo tempo.
É uma técnica essencial em diversos gêneros musicais, como música clássica, flamenco e até no choro e na bossa-nova.
Cada um desses estilos tem suas técnicas e abordagens próprias, assim como o gênero fingerstyle.
O fingerstyle como gênero popular
Nos últimos anos, o fingerstyle ganhou destaque como um estilo musical independente, graças a arranjos elaborados que exploram toda a sonoridade do instrumento.
Artistas como Tommy Emmanuel, Michael Hedges e Andy McKee, são referências modernas no gênero.
Da mesma forma, artistas originados na internet popularizaram ainda mais essa forma de tocar violão.
Esse estilo explora não apenas o uso dos dedos, mas técnicas como percussão no corpo do violão, tapping e harmônicos. Tudo isso potencializado pela sonoridade do violão com cordas de aço.
Como criar arranjos em violão fingerstyle?
Se você tem curiosidade sobre como criar arranjos para o fingerstyle, separamos algumas dicas e etapas importantes para começar.
Escolha uma música adequada
Para iniciar o arranjo de uma música no fingerstyle, escolha uma que já conheça bem e que seja acessível.
Isso facilita a transposição para o fingerstyle, pois você terá mais foco na adaptação e menos em dificuldades técnicas.
Músicas com linhas melódicas simples e harmonia clara são ideais para começar.
Entenda a harmonia
Como mencionado, a harmonia clara é importante para quem está iniciando na elaboração de arranjos.
Tendo clareza em qual é a harmonia, você pode definir quais as notas do baixo e como preencherá os acordes.
Inicie com tríades simples ou explorando cordas soltas e, à medida que for ganhando experiência, adicione inversões e até contrapontos.
Defina a estrutura do arranjo
Um bom arranjo fingerstyle combina a melodia principal, o baixo e os acordes em um único formato.
Identifique as notas-chave da melodia e distribua-as entre os dedos, garantindo que o baixo mantenha um ritmo constante.
Explore técnicas avançadas
Uma vez que você separou melodia e definiu harmonias, também pode explorar e incorporar outras técnicas nos seus arranjos.
Os harmônicos, por exemplo, oferecem toques sutis que adicionam brilho à melodia, principalmente se você quer algo mais suave, ou em uma extensão mais aguda.
O tapping é outra possibilidade, permitindo criar texturas únicas ou até linhas melódicas adicionais.
Explorar diferentes afinações também é algo comum que aumenta muito as possibilidades criativas.
Além disso, a tradicional percussão no corpo e nas partes do violão pode ser utilizada de diversas maneiras. Explore as diferentes sonoridades que eles podem oferecer.
No tampo, por exemplo, você encontra diferentes timbres. Além disso, é super comum incorporar percussão tanto nas cordas e nas laterais do violão também.
Arranjos para o fingerstyle para praticar
Não poderíamos deixar de oferecer exemplos de arranjos em violão fingerstyle para você ter como referência.
A variedade de abordagens é o que faz o fingerstyle ter se tornado tão popular.
Cada artista consegue dar voz à sua personalidade e, mesmo em canções tão consagradas, oferece uma forma de expressão muito particular.
Classical Gas – Mason Williams (Tommy Emmanuel)
Tommy Emmanuel, o mestre do fingerstyle, apresenta um arranjo sofisticado para o clássico de Mason Williams.
Essa versão de Classical Gas, que se tornou uma marca em seus shows, mostra a habilidade de Tommy, sem depender de técnicas como percussões ou tappings, focando no fingerstyle mais tradicional.
Africa – Toto (Andy McKee)
No arranjo de Andy McKee, o fingerstyle ganha vida nessa versão de Africa, da banda Toto.
Andy combina acordes com cordas soltas, percussões e o uso de tapping na mão esquerda para realizar as melodias e baixos.
É um exemplo perfeito da criatividade e da versatilidade do estilo.
Flowers – Miley Cyrus (Sungha Jung)
O jovem prodígio Sungha Jung apresenta um arranjo clássico do gênero fingerstyle para Flowers, grande sucesso de Miley Cyrus.
As batidas no corpo do violão adicionam um elemento percussivo que complementa a melodia e o acompanhamento, algo que é uma marca do estilo.
One – Metallica (Mike Dawes)
Mike Dawes incorpora tapping, percussão e a independência entre melodia e acompanhamento, com um toque especial ao adicionar outro violão no final.
Assim, ele cria uma textura ainda mais rica, simulando a bateria com bumbo duplo no final de One.
Dawes também tira vantagem do uso de pedais de efeitos para se aproximar do peso das guitarras.
Take Me to Church – Hozier (Michael Chapdelaine)
Nesta versão de Take Me to Church, Michael Chapdelaine explorou as semelhanças entre o fingerstyle e o violão clássico, estilo onde iniciou sua carreira.
Sua formação sólida transparece na clareza das texturas, separando nitidamente melodia e acompanhamento. A beleza do timbre também é notável.
Billie Jean – Michael Jackson (Alexandr Misko)
O russo Alexandr Misko apresenta uma versão impressionante do clássico de Michael Jackson.
O arranjo combina percussão, melodia, baixo e harmonia criando uma textura rica em timbres.
Em Billie Jean, o uso de um capo permite explorar novas tonalidades e possibilidades sonoras no violão.
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Marco Teruel
Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.