O que é comping jazz? Aprenda tudo sobre a técnica
Comping jazz é uma técnica essencial para tocar jazz, definida pelo acompanhamento rítmico e harmônico que complementa e sustenta as melodias e solos.
É uma prática que envolve criatividade e flexibilidade, permitindo ao músico interagir de diferentes maneiras ao tocar em grupo.
A seguir, vamos entender o que é comping jazz, porque é fundamental para o estilo e explorar algumas estratégias iniciais para desenvolver essa habilidade.
Aprenda o que é comping jazz e como desenvolver a técnica
Para quem olha de fora, o jazz talvez pareça se resumir a harmonias e escalas. Mas saber acompanhar e se localizar em um grupo é também parte muito importante do estilo. Aí é que entra o comping jazz.
Abreviação de accompaniment jazz, comping jazz é o ato de criar acompanhamentos harmônicos e rítmicos que sustentem e valorizem o solo ou melodia, sem tirar o foco do protagonista musical.
No jazz, essa técnica envolve variações rítmicas e harmônicas que seguem e conversam com os demais músicos.
Embora o tema de comping seja amplo e envolva muitos detalhes, abordaremos aqui aspectos essenciais para começar. Vem com a gente!
Ritmos fundamentais do comping
O comping jazz depende de um ritmo bem marcado e preciso, pois isso mantém a coesão do grupo e facilita a interação.
Alguns ritmos tradicionais de comping ajudam a criar essa base sólida e estão entre os mais usados para acompanhar o repertório de jazz.
Um exemplo básico é o ritmo conhecido como charleston, que consiste em uma semínima pontuada seguida de uma colcheia. Essa estrutura gera uma pulsação prontamente reconhecível.
Outro ritmo clássico é o de semínimas, com acentuações nos tempos 2 e 4 do compasso, que também marca presença em muitos estilos dentro do jazz.
Esse padrão de comping é amplamente associado ao chamado “Freddie Green style”, em homenagem ao guitarrista de Count Basie.
Com os dois padrões rítmicos, é possível acompanhar uma grande parte do repertório do gênero, garantindo uma base para a banda e o groove essencial.
Shell voices
Outro aspecto importante do comping jazz é a variedade de voicings, formas de dispor as notas dos acordes.
Seu uso permite variar a sonoridade e a textura do acompanhamento, evitando uma repetição excessiva e trazendo frescor para cada compasso.
Para iniciantes, começar com os shell voicings é uma ótima estratégia. Esses acordes simples são compostos pela nota fundamental, a terça e a sétima, excluindo outras notas que podem ser adicionadas em voicings mais complexos.
Eles são uma solução prática, pois as três notas definem a harmonia do acorde de forma eficiente e deixam espaço sonoro para os demais músicos.
Também são mais fáceis de tocar e ajudam a familiarizar com o essencial da harmonia antes de explorar voicings mais complexos.
À medida que se desenvolve maior confiança com os shell voicings, você pode incorporar extensões, como a nona, a décima primeira e a décima terceira, adicionando ainda mais diversidade ao comping.
Escuta e transcrição de músicas de jazz
Para realmente dominar o comping jazz, é importante ouvir, transcrever e analisar acompanhamentos de outros artistas.
Ouvir gravações do repertório de jazz, especialmente aquelas com guitarristas, pianistas e até baixistas fazendo comping, é uma prática que ajuda a entender as nuances do estilo.
Mesmo que o músico toque um instrumento específico, é recomendável escutar compings de diferentes instrumentos, pois cada um deles pode apresentar soluções rítmicas e harmônicas interessantes, contribuindo para a versatilidade no acompanhamento.
Observe como os músicos variam os ritmos, exploram diferentes voicings e criam dinâmicas que mantêm o interesse do ouvinte.
Essa análise contribui para aprender a utilizar o comping de forma adaptável, respondendo às intenções e dinâmicas dos solos e demais músicos no conjunto.
Transcrever acompanhamentos de comping jazz também é uma prática que pode ajudar a internalizar os ritmos e voicings utilizados pelos grandes nomes do gênero.
Ao longo do processo de transcrição, observe como cada músico usa o ritmo e a mudança de acordes conforme o andamento e a estrutura da música.
Isso refina o ouvido e desenvolve a habilidade de comping, pois permite entender como esses elementos se aplicam na prática.
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Marco Teruel
Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.