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Quem foi Gal Costa? Conheça a história de uma voz cristalina

Celebre conosco a biografia de Gal Costa, relembrando os momentos que a consagraram como ícone da música brasileira!

“Meu nome é Gal”. E de fato foi. A biografia de Gal Costa, ou melhor, Maria da Graça Penna Burgos Costa, foi marcada por atitude, resistência e muito talento. Nesse sentido, a cantora, compositora e multi-instrumentista foi também ganhadora de disco de ouro e eleita a sétima maior voz da música brasileira. Então, vamos conhecer a fundo quem foi Gal Costa?

Gal Costa sorrindo, olhando para o lado e com a mão no queixo
Foram 77 anos de vida, arte e obras marcantes (Foto: Julia Rodrigues/Divulgação)

Nas entrevistas ou nos palcos, Gal esbanjou energia e visão de futuro, sempre antenada com o que é produzido pelas novas gerações. Assim, se conectou com os jovens por meio dos festivais e deixou o seu legado de figura libertária durante a ditadura e fora dela.

Como resultado, a artista deixa a sua marca por meio do seu visual, letras, álbuns icônicos e, claro, pela sua voz inconfundível. Vamos passear pela história de Gal Costa como forma de homenageá-la, afinal, “é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”!

Quem foi Gal Costa?

A menina que cantava com a panela na cabeça para ouvir sua própria voz cresceu cercada de música. Isso porque sua mãe, Mariah Costa Penna, foi sua incentivadora desde a gravidez, sempre ouvindo música clássica para influenciar o bebê.

Depois de grandinha, ouviu pela primeira vez Chega de Saudade na voz de João Gilberto, canção que a influenciou durante toda carreira. Antes dos palcos, Gal trabalhou como balconista de uma loja de discos de Salvador chamada Roni Discos. Durante esse período, ficou amiga das irmãs Sandra e Dedé Gadelha.

Em 1963, conheceu Caetano Veloso e, a partir daí, deu continuidade a uma amizade que lhe rendeu colaborações musicais e admiração por toda a vida. Nesse sentido, foi ao lado de Caetano que Gal desbravou o mercado musical, juntamente com Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé.

Juntos, apresentaram o espetáculo Nós, Por Exemplo… em Salvador, em 64, inaugurando o Teatro Vila Velha. Ainda no mesmo ano, deixou a cidade para se aventurar no Rio de Janeiro, seguindo os passos da amiga Maria Bethânia.

Assim, sua primeira gravação, Sol Negro, aconteceu em formato de duo com a amiga. Em seguida, seu primeiro compacto teve canções memoráveis compostas por Gil e Caetano, como Eu Vim da Bahia e Sim, Foi Você.

Por fim, gravou o disco de estreia Domingo, com o também estreante Caetano Veloso, unindo talento e criando sucessos. Por consequência, os dois lançam Coração Vagabundo, faixa escolhida por Gal para performar nos festivais.

Os dois despontam para a indústria, e Maria da Graça finalmente assume o nome de Gal, para descontentamento de Caetano. Ele acreditava que o nome remetia à abreviação da palavra “general”.

No entanto, marcado em letra de música, se tornou seu nome de registro, seguindo dessa forma por toda a vida e a carreira.

A musa da Tropicália

Antes de tudo, Gal Costa decidiu inovar, ao ir do estilo de cantar mais cool, inspirado por João Gilberto, e explorar um lado mais visceral no palco. Assim, integrou-se ao movimento tropicalista, incorporando em sua música elementos interpretativos presentes no rock.

Além de participar de Tropicália ou Panis et Circencis com as músicas Mamãe Coragem, Parque Industrial e Enquanto Seu Lobo Não Vem, conquistou seu primeiro sucesso solo.

Baby, composta por Caetano para a irmã Maria Bethânia, acabou sendo interpretada por Gal, tornando-se um clássico.

Bem como Baby, Divino Maravilhoso foi hino de resistência e até inspirou a criação de um programa de TV voltado para a turma da Tropicália.

Enquanto Caetano e Gil permaneciam exilados nesse período, foi ela quem manteve viva a resistência artística no país, trazendo referências londrinas quando visitava os amigos.

Em 1969, a cantora lançou seu primeiro álbum solo (Gal Costa), que, além desses dois hits, contém Que Pena e Não Identificado. No mesmo ano, seu segundo disco (Gal) ganha vida, com Cinema Olympia e Meu Nome É Gal, presente de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Ousadia e coragem: marcas da biografia de Gal Costa

Nos anos 70, a artista se tornou a musa também dos hippies. Assim, com muita ousadia, passou a usar uma flor no cabelo e pouca roupa, além de encarar os palcos sozinha. Para completar, chamou o guitarrista Lanny Gordin para os solos de suas músicas.

Ademais, assumiu um jeito peculiar de tocar violão, com as pernas abertas, misturando sensualidade e desafio à sociedade.

Tal fato gerou choque, mas também atraiu um público jovem, que a teve como referência artística. Ao mesmo tempo que desafiava as estruturas do país, realizou o show Fa-Tal – Gal a Todo Vapor, um dos mais importantes de sua carreira.

A gravação do álbum ao vivo desse evento foi considerada pelos críticos um dos melhores discos nacionais. O projeto traz os sucessos Vapor Barato, Como Dois e Dois e Pérola Negra.

Em 73, a cantora choca de novo ao lançar o álbum Índia, com uma capa seminua, alfinetando a ditadura militar, que ainda comandava o Brasil. Nesse sentido, o disco dirigido por Gil e censurado por ferir a moral e os bons costumes inclui os sucessos Índia e Volta

Além disso, a discografia de Gal Costa é marcada pelas gravações das músicas Modinha Para Gabriela (Dorival Caymmi), trilha sonora da novela Gabriela, e Vaca Profana (Caetano Veloso).

Gal seguiu com o mesmo espírito revolucionário durante as décadas seguintes, consolidando sua carreira como um símbolo moderno da MPB. Por isso, é missão quase impossível citar todas as suas produções, tão marcantes para o cenário nacional e internacional!

Carreira internacional e olhar sobre o futuro

Devido à sua relevância nacional, foi um caminho natural para Gal realizar shows também fora do país. Aliás, ela alcançou feitos inéditos lá fora, sendo a única brasileira a integrar o Hall of Fame do Carnegie Hall.

Além disso, realizou uma temporada no Blue Note, conceituada casa de shows de Nova York, que lhe rendeu um ao vivo. Gal também realizou shows em cidades europeias e no Japão.

Sempre atenta às tendências e de olho nas produções atuais, faz parte da biografia de Gal Costa duetos importantes com artistas mais novos. Nesse sentido, em trabalhos mais recentes, colaborou com artistas como Marília Mendonça, Tim Bernardes e Rubel, celebrando a nova MPB.

Agora que você já sabe quem foi Gal Costa, que tal celebrar conosco toda a energia e leveza de sua carreira? Apesar de seu falecimento, ela continua a inspirar gerações por seu estilo irreverente de cantar e timbre único.

Por isso, compartilhe com seus amigos este post! Juntos, manteremos vivo o legado de Gal Costa, juntamente com a sua coragem e seu talento!

Viva Gal!

Foto de Laryssa Costa

Laryssa Costa

Jornalista, também graduada em Letras e com especialização em Música e Negócios. Amante e pesquisadora da música, viciada em shows e biografias. Escreve para o Cifra Club desde junho de 2021.

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