Lenço preto no pescoço
E o chapéu de abalarga
Com o cavalo marchador
Galopando na invernada
Mesmo estando na lida
Diariamente com a boiada
Eu não consigo esquecer
Quem um dia foi minha amada

É impossível pra mim
Não tê-la em meu pensamento
Gostaria que eu pudesse
Voltar um pouco no tempo
Provavelmente eu faria
Diferente do que fiz
Mesmo eu tendo quase tudo
Não consigo ser feliz

Meu cavalo manga larga
É amigo e companheiro
Nunca precisa de esporas
Sempre atento e ligeiro
A atenção que ele tem
Confesso que em mim faltou
Pois antes dela partir
Várias vezes me falou

Que era preciso que eu
Soubesse dividir o tempo
Para que usufruissemos
Também os nossos momentos
Eu não atendi o seu pedido
Por isso ela foi embora
Vejo que ela tinha razão
Porém é tarde agora

Diferente do que fiz
Eu deveria ter feito
Pensar apenas no trabalho
Foi o meu grande defeito
Família trabalho e lazer
É infeliz quem isso ignora
Preciso dividir o tempo
Pois o dia tem vinte e quatro horas