Estas coisas que eu penso
Não me brotam por brotar
Pra uma experiência formar
Antes de engolir, mastigo
E não é de hoje, é antigo
E é atento o meu andar
Quando se agarra um violão
Pra cantar versos de amor
De potros, de domador
Das estrelas, das coxilhas
Festejam: Que maravilha
Como é bom este cantor
Mas, se feito Martin Fierro
Tu te largas opinando
O pobre vem se achegando
Curioso, trocando orelha
O rico, olhando de esguelha
Trata de ir se retirando
Deve traçar bem sua rota
Quem se tiver por cantor
Porque só pro impostor
Tanto faz essa ou aquela
Que escolha uma só estrela
Quem quiser ser semeador
Olhe o homem para dentro
Quem fizer sua opção
Que é onde se dá a união
Entre o pensar e o sentir
E a consciência pra seguir
Há de dar-lhe sua direção
Como há coxilhas pequenas
Hay também imensos cerros
Se um pobre escuta o cincerro
E escuta do rico um guizo
Os danos e os prejuízos
Sempre vem atrás dos erros
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