Choveu sangue na cidade.
Sobre as casas e castelos.
Chuva que veio do rio.
Rio do mangue vermelho.
Vermelho do sangue do boi, Boi que vai pra matança.
Sangue que corre sem freio, o sol, no varal, a carne descansa.
O sal racha o pé, consome o negro
que mata e corta a carne.
Secando as feridas do couro no sal
do meio da noite ao mais alto do sol.
Depois o tambor pra salvar,
o vapor da matança e maldade.
Almas cansadas de tanta saudade,
então choveu sangue na cidade.
No meio da noite o açoite, matadouro madrugada.
Inteira manhã pela beira da hora pequena a hora mais cheia.
O sal racha o pé, consome o negro
que mata e corta a carne.
Secando as feridas do couro no sal
do meio da noite ao mais alto do sol.
Abriu pro Bará, fechou pra Oxalá.
Quanta canseira de tanto sangrar.
De tanto espantar varejeira, somente o tambor,
meu Senhor, me fez suportar tanta blasfêmia.
E era tanto mau agouro, era tanta crueldade,
que o rio vermelho evaporou e choveu sangue na cidade.
O sal racha o pé, consome o negro
que mata e corta a carne.
Secando as feridas do couro no sal
do meio da noite ao mais alto do sol.
Tenha acesso a benefícios exclusivos no App e no Site
Chega de anúncios
Badges exclusivas
Mais recursos no app do Afinador
Atendimento Prioritário
Aumente seu limite de lista
Ajude a produzir mais conteúdo