Todos temos as nossas
Expectativas
E as minhas podem ser
Sumarizadas quando num
Cinzento dia, tão preenchido
De verdades, eu as vi
Adornadas em laranja
Cegando a minha visão
Essas mentiras
As que outros chamam
De fantasias
Que só você enxerga
Disse me a verdade, eu estava
Retroprojetando nas paredes
Da sua blusa colorida esses planos
Coletivos de se destacar
Em meio à multidão
Todos desejamos não ser simplesmente
Mais um santo sem noção
Mais um que cai na vala
Sem distinção
Dentre tantas decoradas
Amargas verdades
Da alma
Segundo a laranja amarga
Fruta que alimentará
Esse desejo que não se resolverá
Olhe só você, e os seus amigos também
Não vá me dizer que trago lhe mentiras
Falou outro que nas ruas grita alto
Com voz baixa, sem dizer
Nada que resolva o nosso problema
De julgar por que nós desejamos
Por quê?
Por que não foi você
Quem disse
Vocês veem
Filmes demais?
Devoram redes sociais
E se apaixonam de mais
De mais
De mais?
E em nome desses gostos tenho
Que argumentar
Nossos olhos, armas poderosas
Fora de controle jamais ousam
Enganar nosso sentido de amar
Fascinar, obcecar, e transformar
Sombras em fortes ilusões
Que regem nossas vidas e
Apaixonam-nos por cores de fruta
Mas agora que eu sei, já não me resta o que fazer
A não ser me embriagar desse saudável néctar
De amarga fruta que a cultura me entregou para beber
Vou varar a noite contemplando
Por que meus amigos já não gostam
Mais de você
Eu sei que estou errado
Dedicando tanta atenção
A coloração das fibras
Da sua blusa de algodão
Na negação de problemas
De atitude que ainda vão
Cortar as veias da sua mão
Amargas verdades
Da alma
Segundo a laranja amarga
Fruta que alimentará
Esse desejo que não se resolverá
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