Não dobro a esquina, não sou de froxá o grarrão
Sou crioulo de galpão, cresci faceiro ao relento
Trago comigo costumes do meu rincão
E na garganta uma cantiga bagual e de fundamento
Vejo na volta tudo ir se descambando
Valores se dissipando geram descontentamento
Mas eu sou taura desses que não baixa a crista
Mesmo que o modismo insista não mudo meu pensamento
Bagual e meio retrato da tradição
Levo comigo o xucrismo e os preceitos deste chão
Não vou no embalo do que esse povo diz
Sou um gauchão raiz com o rio grande no coração
Sou escolado e na estrada tenho experiência
Faço da minha consciência um livro repaginado
Quando releio vejo que meu sentimento
É trançado tento a tento pela cultura do pago
Então prossigo firme no meu gauchismo
Que trascende o atavismo e a raiz da nossa gente
Sou rio que corre serpenteando campo e serra
Matando sede sem guerra desde que jorra vertente
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