Eu sou o vento que sopra a guincha do rancho
Sou o voar do carancho redesenhando a coxilha
Sou o rastro da tropilha nas tardes de temporal
Sou o silêncio do galpão e o guincho do Redomão
Ao amarrar o bocal
Sou o ringido da cancela la da estância assombrada
Sou tapera abandonada destruída pelo tempo
Sou trança de quatro tentos de um laço de doze braças
Sou estirpe de uma raça extraviada pelo tempo
Eu sou as águas da enchente removendo os aguapés
Sou o grito de sepé pela nossa independência
E sou o frio da geada que levanta com o vento
E sou o fogo de chão e sou o Sol de verão
Que aquece nossa querência
Sou o ringido da cancela lá da estância assombrada
Sou tapera abandonada destruída pelo tempo
Sou trança de quatro tentos de um laço de doze braças
Sou estirpe de uma raça extraviada pelo tempo
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