É bem verdade que meu verso não tem marca
Pois traz o couro imaculado dos libertos
É como um potro mal domado que se aparta
Do conformismo e da mesmice de outros versos
Não tem no lombo aquele estigma do ferro
Que grava em brasa a assinatura de um patrão
Porque bem sabe que a essência de ser verso
É a liberdade plena de fúria e de som
O verso é vida, o verso é vício e vice-versa
É ave rara, um verde vale num deserto
Verdade e dúvida, vertente, é descoberta
Que um verso livre é bem mais vasto que o universo
E é deste jeito que meu verso não tem marca
Nem traz no couro a cicatriz dos compromissos
Talvez por isso seja um potro que se aparta
Dos que preferem outros versos, sem sentido
Não tem no lombo aquele estigma do ferro
Que grava em brasa a assinatura de um patrão
Porque bem sabe que a essência de ser verso
É a liberdade plena de fúria e de som
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