Apartando meus recuerdos campo a fora
Dou de rédeas sem ter pressa de chegar
Pois quem parte sem ter parte em quase nada
Só reparte o que da vida lhe sobrar
Nesse aparte que é uma arte muito antiga
Nem fadiga, nem tristeza hão de vencer
Quem aparta da verdade tanta intriga
Certamente apartará um amanhecer
Grande aparte que separa as minhas penas
Das minguadas regalias que eu procuro
Dai-me força pra arrastar minhas chilenas
No limiar de um novo tempo no futuro
Se os apartesde de bois gordos me trouxerem
Bom alvitre, mais pataca, sorte enfim
Resta a espera de que o último aparte
Seja bom e prodigioso para mim
E que os homens, sendo homens, não se apartem
Já que os bichos que são bichos não o fazem
Raça, cor e posição são diferenças
Que aos mesquinhos só a estes satisfazem
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