Eu me criei na campanha toreando florete
E a sorte é o macete na cana do braço
Eu me benzo no sereno campeão de rodeio
Colado no arreio sou rei do laço
Eu gosto do cantar do galo
De grilo e cigarra e o som do cincerro
Do timbre da voz da peonada
Agradeço cantando ao som do braseiro
São coisas que mexem com a gente
Valor pra um vivente gaúcho campeiro
Eu gosto do cheiro do campo
De ouvir a botoneira na sua voz trocada
Eu gosto de cheiro de china
Romance de um dia e depois ir pra estrada
Eu sei de rimas e lidas, mulheres que amei
Muitos potros domei ao correr da minha estrada
Não tenho magoas do mundo sou muito feliz
Um eterno aprendiz não refugo empreitada
Eu gosto de rever os amigos
Amores antigos repassar caminhos
Jamais renega o passado
Por mais que o traçado tenha tido espinhos
Levando a vida desse jeito
Com Deus no meu peito não ando sozinho
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