Sou escravo de quem deu nome ao meu corpo e forma à minha alma imunda
Sou escravo do dinheiro que queima minhas mãos para o lucro e fadiga
Para a respiração mortal que dobra minhas costas e para o esperma que vibra no meu corpo
À mistura que cortará a fruta azeda e à lâmina que cortará minha garganta e peito

Você tem que me abusar porque eu poderia ter sido assim e nunca fui capaz de
Você tem que abusar do meu sexo e apertar seu nó corrediço ao redor do meu pescoço branco

Sou escravo da mãe de todos os porcos e do pai de todas as minhas opressões
À vontade que apaga meus arrependimentos, minha infância e meus medos ocultos
Sou escravo da luz que dá uma face à minha fraqueza e ao meu reino caído
Sou escravo do sal e do vento que queimará minha alma e minha lepra

Você tem que me abusar porque eu poderia ter sido assim e nunca fui capaz de
Você tem que abusar do meu sexo e apertar seu nó corrediço ao redor do meu pescoço branco