Quando eu chegar aos oitenta
Meu violão se aposenta
Fato inédito na boemia
Desbotado e sem pintura
Mostrando a caricatura
Dos seus milhares de dias
Ele vai se aposentar
Mas eu vou continuar
Porque ainda sou eu
Digo cantando em cada verso
Um outro boêmio, confesso
Que jamais apareceu
E depois que eu morrer
Se um outro aparecer
Vai ser difícil igualar
Passar por três gerações
Cantando milhões de canções
Sempre em primeiro lugar
Com esse dom
De voz que Deus me deu
Aos meus fãs eu agradeço
Todos os sucessos meus
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