Ainda sinto e cada vez mais
O cheiro do mar
A sede e a fome
E o medo do escuro
Na luz do luar
E tal criatura
Em sua loucura
Em sua semente
Com sangue a regar
Olhos negros dissidentes
Permanentes em outro ser
Que rabiscava sua memória
Em cantos do meu olhar
E me feria
Com toda fúria
De um criador
Que esperava paciênte
Um devir ou deixar de ser
E rabiscava mais memórias
Com terror em seu olhar
E me fazia sentir mais dor
Nunca poderá
Alguém julgar
Tal criatura que se guia pelo Sol
E come flor
E quem diria que sua fúria
Ecoaria pelo som
Por mim
Por nós
Mãe?
Tirem-me daqui
Tirem essa folha queimada
Presa em meus ossos
Quase enraizada
Culpa divida?
Mas que piada
Das moiras escolhi
A errada
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