Cor de rosa é o boto
Vestido todo de branco
Chapéu pra esconder o encanto
Estranho no vilarejo
Aparece em festa junina
Sempre na Lua cheia
Seduz jovens meninas
Futuras mães solteiras
Deixa os filhos em terra
Volta ao leito dos rios
Príncipe do Amazonas
Martírio entre os nativos
Não contente com a água doce
O boto inveja os golfinhos
Deseja brilhar nos mares
Mas desconhece os perigos
Desemboca na praia
Vila de pescadores
Uma caiçara canta
Voz que vem de longe
O boto se apaixona
Vai ao seu encontro
Linda mulher sobre as ondas
Cantando pro oceano
Os dois se abraçam e se beijam
Se amam nas profundezas
Sem ar o boto se afoga
Morre atracado à sereia
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